Jornal Correio Braziliense

Comissão de Assuntos Econômicos

'Não temos dúvidas de que a CAE aprovará convite de Campos Neto', diz Vanderlan

Novo presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) afirma que já houve interlocução com presidente do BC para que gestor vá à comissão falar sobre Selic e temas que geraram desgastes com governo Lula

A primeira reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal discute, nesta terça-feira (14/3), a ida de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ao colegiado. O tema é prioridade do presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que assumiu o cargo na semana passada.

O convite ao economista com mandato até final do ano que vem era tido como prioridade por Otto Alencar (PSD-BA), antecessor de Vanderlan, que diante das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao BC levantou a possibilidade de esclarecimento de Campos Neto sobre taxa Selic e outros temas. Otto Alencar é aliado de Lula.

Ao Correio, o presidente recém-eleito da comissão afirma que a independência do Banco Central não é mais dúvida no Congresso, que acredita que o presidente da instituição vai aceitar o convite. Confira trechos da entrevista de Vanderlan Cardoso ao Correio:

Quais as pautas especificamente que a CAE pretende debater com Campos Neto?

Nós queremos ouvi-lo para que apresente os dados que motivaram o Banco Central a manter a taxa Selic em 13,75%. Roberto Campos Neto tem qualificação e vem fazendo um ótimo trabalho à frente do Banco Central, e isso nos dá confiança em suas decisões, mas precisamos entender melhor essas medidas que estão sendo adotadas para a definição da Taxa Selic. Em relação à independência do Banco Central, considero que já é assunto do passado. Nós votamos e aprovamos essa independência e não pensamos em rever essa decisão. Esse é o modelo que funciona, e assim deveremos manter.

Então a CAE, como pretendo fazer sempre, será um espaço aberto para ele explicar as decisões que está tomando em relação à economia, e a direção que vai seguir em relação a taxa de juros. Ademais, o artigo 99 do Regimento Interno Do Senado Federal prevê que a ‘CAE promoverá audiências públicas regulares com o Presidente do Banco Central do Brasil para discutir as diretrizes, a implementação e as perspectivas da política monetária’. Há previsão dessas audiências em fevereiro, abril, julho e outubro. Então, são encontros regimentalmente previstos.

Pela composição da comissão, a expectativa é de que seja aprovado o convite?

Não temos dúvidas de que a CAE aprovará o convite para a audiência com Campos Neto. Não há motivo para não aprovarmos. E ele será recebido com a cordialidade que receberemos todos os convidados da CAE.

A data apontada deve ser ainda março, abril? O senhor acredita que Campos Neto irá?

Iremos marcar a data após a aprovação do requerimento, mas não deve demorar. Provavelmente será na primeira semana de abril. Não poderemos fazer antes devido à reunião do Copom. Como a próxima reunião do Copom será dia 21 e 22, e o presidente precisa manter silêncio a partir de quarta-feira da semana anterior à reunião, não haverá tempo para marcar a ida na CAE antes disso. Mas não há dúvidas de que Campos Neto irá aceitar o convite. Ele sempre foi muito solícito às nossas demandas. Inclusive, já tivemos uma conversa, e ele se colocou à disposição para participar da reunião na CAE. Manteremos aberto esse espaço de diálogo.

O que mais será discutido na reunião?

Também vamos votar o requerimento do senador Otto Alencar convidando o presidente da Febraban e os ex-diretores das Lojas Americanas para darem explicações sobre o rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade da empresa. Por mais que seja uma empresa privada, é uma empresa listada na bolsa de valores e um impacto dessa monta abala várias estruturas do ecossistema nacional. Estamos atentos a tudo isso. Temos, ainda, projetos para serem analisados e, nesta primeira reunião estamos priorizando as mulheres, por isso escolhemos projetos que tenham mulheres como relatoras.

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