Jornal Correio Braziliense

EXPECTATIVAS

Haddad: Estou pensando na Fazenda agora, não estou pensando em 2026

"Eu não me ofereci para ser ministro. Estou pensando na Fazenda agora, não estou pensando em 2026", disse o ministro da Fazenda

Em entrevista encerrada na noite desta sexta-feira (10/3), à CNN Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não está pensando em suceder o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, ao ser perguntado sobre a questão.

"Só de ex-governador tem Rui, Camilo, Alckmin, Renan Filho, Márcio França. Acho bom o fato de estarmos em meio a pessoas que têm experiência. Temos um desafio enorme, de isolar a extrema direita e permitir que partidos se reconstituam. Eu não me ofereci para ser ministro. Estou pensando na Fazenda agora, não estou pensando em 2026", disse.

Nomeações

O ministro da Fazenda também informou que já entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva três sugestões de nomes para ocupar as diretorias de Política Monetária e Fiscalização do Banco Central, cujos mandatos dos atuais ocupantes terminaram em 28 de fevereiro. Segundo o ministro, ele sugeriu nomes de perfil acadêmico, técnico e de mercado.

"Eu levei um perfil mais acadêmico, um perfil mais técnico, um perfil mais de mercado. Mas pessoas que podem levar ao Banco Central uma contribuição: qualquer das três que ele escolher vão levar uma contribuição para ele", disse. "Qualquer que seja o nome para a diretoria do BC, será um nome técnico."

Segundo o ministro, a contribuição que será dada pelos novos diretores pode "não coincidir" com o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Ele lembrou ainda que os novos diretores vão representar apenas duas cadeiras no Comitê de Política Monetária (Copom).

Haddad defendeu que a lei de autonomia do Banco Central mantém a prerrogativa de que a escolha dos diretores é feita pelo presidente da República. Na entrevista, o ministro disse ainda que Lula vai definir os nomes como sempre definiu e lembrou da indicação de Henrique Meirelles à presidência do BC nos primeiros governos do petista.

Selic

Haddad voltou a afirmar que o Banco Central errou ao cortar a Selic para 2% ao ano. Segundo ele, a taxa nesse patamar é baixa demais para um país com as características do Brasil.

"A Europa está mantendo juro negativo até agora, por receio dos impactos na economia. Por que o Banco Central Europeu não dá choque de juro? Por dúvida sobre impacto no mundo real. Ninguém é contra combater a inflação, tem de combater a inflação. Hoje teve anúncio muito preocupante de quebra do SVB, vamos acompanhar para ver se é sistêmico", disse.