Além do almirante de esquadra e então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, outros seis militares são acusados de pressionar a Receita Federal para que os agentes liberassem a entrada ilegal de joias dadas pela Arábia Saudita ao ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, em outubro de 2021.
Os fardados também teriam atuado para tentar recuperar as peças preciosas apreendidas pela fiscalização da Receita no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Os detalhes sobre os militares envolvidos na pressão para que agentes da Receita liberassem as joias foram publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Confira quem são:
- Bento Albuquerque
Almirante de Esquadra da Marinha, Bento Albuquerquer era o ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro. O militar liderou a comitiva que tentou entrar com as joias irregularmente no Brasil
- Marcos André dos Santos Soeiro
Tenente da Marinha, era o assessor do ministro Bento Albuquerque e foi quem teve as joias apreendidas em Guarulhos, ao tentar entrar no País sem declarar que estava com os presentes
- Julio Cesar Vieira Gomes
Ex-oficial da Marinha do Brasil, era o secretário que comandava a Receita Federal na gestão Bolsonaro e atuou diretamente para tentar liberar as joias, sob orientação do presidente
- José Roberto Bueno Junior
Contra-almirante da Marinha, foi chefe de gabinete de Bento Albuquerque e assinou ofícios da pasta tentando liberar as joias apreendidas em Guarulhos
- Mauro Cid
Tenente-coronel do Exército, cumpriu a ordem de Bolsonaro e enviou um emissário em avião da FAB, para tentar retirar as joias apreendidas no aeroporto de Guarulhos
- Jairo Moreira da Silva
Primeiro-sargento da Marinha, foi o emissário enviado por Bolsonaro até Guarulhos, para tentar retirar as joias dos cofres da alfândega
- Cleiton Henrique Holzschuk
Segundo-tenente do Exército, era assessor da Ajudância de Ordens do Gabinete Pessoal do Presidente da República e enviou ofício do departamento que pedia a liberação das joias para o presidente Bolsonaro
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Relembre o caso
A Receita e a Polícia Federal (PF) investigam as tentativas do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro em tentar liberar ou reaver as joias apreendidas em outubro de 2021, pelo agentes de fiscalização do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ao retornar de uma viagem à Arábia Saúdita, a comitiva de Bolsonaro tentou entrar no Brasil portando pedras preciosas avaliadas em R$ 16,5 milhões.
As peças estariam na mochila de um militar que era assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Alburquerque. Segundo o documento da Receita Federal sobre o ocorrido no Aeroporto de Guarulhos, o militar da comitiva de Bolsonaro disse não ter nada a declarar, mas, ao passar pela alfândega, um fiscal solicitou que ele colocasse sua mochila no raio-x, onde "observou-se a provável existência de joias". A bagagem então foi revistada e os agentes encontraram um par de brincos, um anel, um colar e um relógio com diamantes. Os objetos foram apreendidos.
De acordo com o documento, o militar informou o ocorrido ao ministro Bento Alburquerque, que tentou liberar as peças alegando se tratar de um presente para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro. A Receita, porém, manteve a apreensão.
Diante da apreensão, o governo Bolsonaro mobilizou equipes ministeriais para tentar recuperar as joias. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o próprio comando da Receita também tentou conseguir a liberação, mas os fiscais, que têm estabilidade na carreira, negaram todos os pedidos.
Com informações da Agência Estado
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