De volta ao Brasil, o ex-presidente Jair Bolsonaro deve resolver uma série de pendências com a Justiça. O ex-chefe do Planalto retornou ao país na manhã desta quinta-feira (30/3) e, questionado sobre a possibilidade de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse que não vê motivos para responder a tantas ações.
Sem mandato, Bolsonaro perdeu a prerrogativa de foro e terá de se defender nas instâncias ordinárias da Justiça dos processos que correm contra ele. Há, ainda, a possibilidade do ajuizamento de novas ações. Ele é investigado em processos sobre a atuação de milícias digitais e disseminação de fake news.
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O ex-presidente lembrou das denúncias protocoladas, por meio do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, e da reunião com embaixadores, em julho do ano passado, em que ele atacou o processo eleitoral brasileiro e disseminou notícias falsas.
“A questão do Tribunal Superior Eleitoral, o advogado do partido está tratando esse assunto. Eu não vejo materialidade em nada. A ação mais forte contra mim foi uma reunião que fiz com embaixadores no ano passado. A política para tratar com embaixadores é privativa minha. Não vejo motivo para me tornar inelegível por causa disso”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan. “A questão criminal é basicamente pedidos da CPI da Covid. A PGR tem pedido arquivamento em praticamente tudo”, acrescentou.
“Estou sendo acusado de ações que poderiam me tornar inelegível. Se bem que para me tornar inelegível teria que ser uma condenação em segunda instância. É inadmissível um ex-presidente responder a tantas ações e arcando com a despesa disso tudo”, disse Bolsonaro.
Joias sauditas
Outra ação também pode pesar sobre o ex-presidente. A Polícia Federal intimou Jair Bolsonaro a prestar esclarecimentos sobre o escândalo das joias da Arábia Saudita, trazidas ilegalmente ao Brasil. Ele desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília, na manhã desta quinta-feira, e irá depor na sede da corporação na próxima quarta-feira (5/4), às 14h30.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e o assessor Marcelo Câmara, que faz a segurança do ex-chefe do Planalto, irão prestar depoimento no mesmo dia. O escândalo das joias foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a reportagem, o governo de Bolsonaro tentou trazer os diamantes ao país sem pagar imposto.
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