Depois de quase três meses nos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro volta hoje ao Brasil, em voo comercial, com chegada confirmada para as 7h10. Ele embarcou, ontem, em Orlando, pouco depois das 22h (horário local). Aliados dizem esperar uma grande recepção no aeroporto de Brasília. O ex-chefe do Executivo retorna já com depoimento marcado na Polícia Federal sobre o caso das joias sauditas. A oitiva será na quarta-feira.
Bolsonaro não poderá desembarcar pelo saguão principal do aeroporto, como fazem normalmente os passageiros, para evitar que apoiadores se aglomerem no terminal, conforme informou a PF. Ele sairá por uma área restrita do aeroporto. A Secretaria de Segurança do Distrito Federal afirmou que também não será permitido ao ex-presidente desfilar em carro aberto, como foi cogitado por aliados.
"O determinado, por enquanto, é que ele não sairá pelo saguão. Decidimos em reunião que não é viável o seu desembarque pelo saguão normal", disse o superintendente da PF no Distrito Federal, Cezar Luiz Busto. Mesmo com o desembarque na área restrita, Bolsonaro deverá passar pela inspeção normal de malas e precisará declarar à Receita Federal eventuais compras realizadas no exterior.
A Inframerica, empresa concessionária do aeroporto de Brasília, disse esperar que todos os 137 voos previstos para serem realizados até as 10h de hoje ocorram normalmente. A preocupação da PF em manter a operação foi ressaltada por Busto. "Qualquer problema que tivermos no aeroporto de Brasília não vai repercutir só na população local, mas em toda a malha aérea brasileira", alertou.
Segundo o PL, partido de Bolsonaro, o ex-presidente deve ser recebido no aeroporto pela esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro; pelo presidente da legenda, Valdemar Costa Neto; e pelo general Braga Netto, além de outros simpatizantes. Ao Correio, o filho do ex-presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que também estará lá para receber o pai e que no local "vai ter povão".
O PL também informou que não há nenhum evento previsto nem para o aeroporto nem para o trajeto na saída de Bolsonaro, mas aposta que apoiadores devem esperar a chegada do ex-chefe do Executivo. "Sabemos da mobilização espontânea de populares admiradores do ex-presidente", afirmou a assessoria.
Após deixar o aeroporto, Bolsonaro deve seguir imediatamente para a sede do PL, no Complexo Brasil 21, na região central de Brasília, onde receberá os cumprimentos de parlamentares e autoridades do partido. O evento será fechado e não há previsão de fala pública dele, informou a legenda. Já Eduardo Bolsonaro comentou que a agenda pode mudar. "Ele é imprevisível. Eu receberei ele no aeroporto. O que vai acontecer depois, depende dele", frisou o parlamentar.
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Parlamentares
Como a Polícia Federal antecipou que não será permitido o acesso de parlamentares à área restrita do aeroporto, deputados e senadores aliados do ex-presidente se dividem sobre ir ao local ou esperar o líder na sede do partido. Nas redes sociais bolsonaristas há uma série de convocações para que apoiadores compareçam ao aeroporto para garantir uma "volta triunfal" do ex-chefe do Executivo.
Eduardo Bolsonaro também falou da possibilidade de o pai, à noite, participar de um ato do PL do DF para a posse da deputada Bia Kicis (PL-DF) na presidência local do partido. O evento está previsto para as 19h, em um Centro de Tradições Gaúchas da Asa Sul. Segundo pessoas próximas à sigla no DF, a expectativa é de transformar a posse de Kicis em um grande comício.
O retorno do ex-presidente foi um dos assuntos mais comentados, ontem, no Congresso Nacional. Tanto parlamentares da oposição como da situação mencionaram a chegada dele. Para o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), "Bolsonaro só volta porque precisa depor na Polícia Federal no próximo dia 5 de abril".
Já para o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que foi o vice-presidente na gestão Bolsonaro, ele está retornando porque terminou a validade do visto de turista nos Estados Unidos. "Deu três meses, acabou o visto", destacou o parlamentar.
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