O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse, na tarde desta terça-feira (28/3), que autorizou um contingente extra da Polícia Federal para atuar no Aeroporto Internacional de Brasília no retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil, previsto para esta quinta-feira (30/3). A declaração foi dada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
Na ocasião, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) defendeu que a corporação faça segurança do aeroporto e arredores na chegada de Bolsonaro. Dino então defendeu que o órgão só pode atuar na preservação aeroportuária. “A PF não pode fazer a segurança externa do aeroporto. Mas se o senhor ler a Constituição verá que a PF faz a segurança aeroportuária”, respondeu o ministro da Justiça durante audiência. “A PF agirá de acordo com a lei. Não posso aceitar seu pedido e desrespeitar a lei”, acrescentou.
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Dino ressaltou que a Polícia Federal participa de uma reunião na tarde desta terça-feira com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) para traçar um plano para o retorno do ex-presidente. A mobilização iniciou-se após pedido do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que enviou ofício ao governador da capital, Ibaneis Rocha (MDB), e ao Ministério da Justiça solicitando apoio na segurança.
No aeroporto, vão esperar por Bolsonaro o presidente do PL, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e o ex-ministro Braga Neto, que foi vice dele na chapa pela reeleição, derrotada em outubro do ano passado. O ex-presidente disse aos aliados que não quer festa no local. Mas, segundo os integrantes do PL, haverá uma recepção de apoiadores.
No Telegram, principal plataforma de comunicação dos bolsonaristas mais radicais, há uma intensa movimentação para a quinta-feira. Alguns, inclusive, planejam acampar no aeroporto para encontrar com Bolsonaro no momento do desembarque, previsto para 7h10.
O ex-presidente está nos EUA desde dezembro do ano passado, após sair derrotado das eleições que definiram vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No Brasil, ele deve cumprir uma agenda institucional como presidente de honra do PL, com o objetivo de angariar cabos eleitorais para o pleito municipal de 2024.
Dino na Câmara
Flávio Dino chegou à Câmara dos Deputados às 14h para participar da Comissão de Constituição e Justiça e explicar quais ações o Ministério da Justiça adotou para evitar os atos terroristas de 8 de janeiro, que resultaram na destruição dos prédios dos Três Poderes. Ele foi acompanhado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Dino é o primeiro integrante do primeiro escalão do governo a prestar contas ao Congresso nessa legislatura. Ele também foi questionado sobre a visita que fez ao Complexo da Maré, no último dia 13, e as prioridades e diretrizes da pasta para o resto do ano.
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