A facção Primeiro Comando da Capital (PCC) tinha acesso ao sistema de inteligência e monitoramento por câmeras do governo de São Paulo, chamado de Detecta, como informou o relatório da Polícia Federal (PF), obtido pelo Correio.
Segundo a investigação da PF, os criminosos presos por planejar atentados contra autoridades, dentre elas o senador Sergio Moro e o promotor Lincoln Gakiya, descobriam o trajeto de veículos de interesse. O Detecta é composto por mais de 3 mil câmeras espalhadas por quase 1,5 mil pontos do estado e reúne um banco de dados das Polícias Civis e Militar, bem como do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
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Em uma troca de mensagens interceptadas pela PF, um suspeito pede informações sobre uma viatura da Polícia Civil descaracterizada, com uma imagem da placa do carro. Não há informações sobre o período que os criminosos tiveram acesso a este sistema.
“Parceiro, precisava saber aonde esse carro andou (de) sábado até hoje. Consegue dar uma força pra mim pra vê no detecta lá”, diz a mensagem contida no relatório da PF.
Como resposta, o suspeito recebeu uma imagem com todos os detalhes do carro, como ano de fabricação, chassi, número do Renavam, dados do proprietário e possuidor, que era a Polícia Civil.
A PF usou a troca de mensagens para demonstrar o perigo que o PCC representa para a segurança pública. “Temos indicativo claro de que os investigados têm acesso a dados que deveriam ser sigilosos, o que permite a eles agir com desenvoltura na prática de crimes, pois conseguem identificar veículos das forças de segurança”, disse o delegado Martin Bottaro.
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