Segurança

PCC tinha acesso a sistema de câmeras do governo de SP, diz PF

Segundo relatório da corporação, mensagens interceptadas entre suspeitos apontam que criminosos tinham acesso a ferramenta

Ândrea Malcher
postado em 24/03/2023 19:01 / atualizado em 24/03/2023 19:02
Integrantes da Polícia Federal deflagram a Operação Sequaz, na região de Campinas, contra uma quadrilha que pretendia atacar servidores públicos e autoridades,   planejando homicídios e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal -  (crédito: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)
Integrantes da Polícia Federal deflagram a Operação Sequaz, na região de Campinas, contra uma quadrilha que pretendia atacar servidores públicos e autoridades, planejando homicídios e extorsão mediante sequestro em quatro Estados e no Distrito Federal - (crédito: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO)

A facção Primeiro Comando da Capital (PCC) tinha acesso ao sistema de inteligência e monitoramento por câmeras do governo de São Paulo, chamado de Detecta, como informou o relatório da Polícia Federal (PF), obtido pelo Correio.

Segundo a investigação da PF, os criminosos presos por planejar atentados contra autoridades, dentre elas o senador Sergio Moro e o promotor Lincoln Gakiya, descobriam o trajeto de veículos de interesse. O Detecta é composto por mais de 3 mil câmeras espalhadas por quase 1,5 mil pontos do estado e reúne um banco de dados das Polícias Civis e Militar, bem como do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Em uma troca de mensagens interceptadas pela PF, um suspeito pede informações sobre uma viatura da Polícia Civil descaracterizada, com uma imagem da placa do carro. Não há informações sobre o período que os criminosos tiveram acesso a este sistema.

“Parceiro, precisava saber aonde esse carro andou (de) sábado até hoje. Consegue dar uma força pra mim pra vê no detecta lá”, diz a mensagem contida no relatório da PF.

Como resposta, o suspeito recebeu uma imagem com todos os detalhes do carro, como ano de fabricação, chassi, número do Renavam, dados do proprietário e possuidor, que era a Polícia Civil.

A PF usou a troca de mensagens para demonstrar o perigo que o PCC representa para a segurança pública. “Temos indicativo claro de que os investigados têm acesso a dados que deveriam ser sigilosos, o que permite a eles agir com desenvoltura na prática de crimes, pois conseguem identificar veículos das forças de segurança”, disse o delegado Martin Bottaro.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

CONTINUE LENDO SOBRE