Ipec: maioria não vê culpa de Bolsonaro em atos golpistas

De acordo com levantamento, 51% dos brasileiros não culpa o ex-presidentes pelos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Outros defendem a inelegibilidade

Vinícius Prates - Estado de Minas

postado em 19/03/2023 12:40 / atualizado em 19/03/2023 12:40

(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não é visto como culpado pelos atos antidemocráticos - que levaram a depredação às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro - para 51% dos brasileiros. É o que aponta nova pesquisa do Ipec, divulgada neste domingo (19/3). De acordo com o levantamento, 19% dos entrevistados defendem que o ex-presidente seja preso pelos atos antidemocráticos.

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Jair Bolsonaro foi incluído no inquérito de investigação dos atos golpistas. A medida foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República ainda em janeiro, e acatada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro é suspeito de instigar a invasão do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF.

Em declarações públicas, o ex-presidente alegou que seus apoiadores não participaram da depredação às sedes dos Três Poderes. O público que mais isenta Bolsonaro da responsabilidade pelos atos são os evangélicos: 66% não acreditam na culpa do ex-presidente.

A pesquisa também aponta uma correlação entre a desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aqueles que consideram Bolsonaro culpado pelos atos antidemocráticos. Para 91% dos entrevistados que classificaram o governo Lula como 'ruim' ou 'péssimo', Bolsonaro não teve envolvimento com os atos.

Inelegível

A pesquisa também aponta que 22% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro deve ser julgado e perder o direito de disputar as próximas eleições. Recentemente, o próprio ex-presidente assumiu a possibilidade de ficar inelegível.

A pesquisa

A pesquisa do Ipec foi divulgada pelo jornal O Globo. O levantamento foi feito entre os dias 2 e 6 de março e contou com 2 mil entrevistados de 16 anos ou mais de todo o país. A margem de erro máxima estimada é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, para um nível de confiança de 95%.