Em viagem a Foz do Iguaçu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que a revisão do tratado da Itaipu Binacional levará em conta as necessidades do Brasil e do Paraguai. Segundo o chefe do Executivo, a cooperação estabelecia com o país em 1973 para a construção da usina é um "acordo civilizatório". Ele destacou ainda que o Brasil tem que compartilhar suas conquistas com as nações vizinhas e aliadas.
Lula participou na manhã desta quinta-feira (16/3) da posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, que contou com a presença do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. Segundo o petista, os conflitos que ocorreram entre as nações por conta da gestão da usina, que é compartilhada, levaram a avanços no acordo. E lembrou que a dívida da construção da hidrelétrica finalmente foi paga no fim de fevereiro, após 50 anos.
- Lula e presidente do Paraguai participam de posse do novo diretor da Itaipu
- Em posse do diretor da Itaipu, Bolsonaro exalta ditadores e prepara revisão de acordo
- Em 5 anos, Itaipu deve zerar dívidas e ter receita anual livre de US$ 2 bi
Apesar da nomeação do diretor-geral, que ocorreu na sexta passada (10), o restante da diretoria não foi anunciado. "Possivelmente por um equívoco nosso mesmo. Logo logo será anunciado", justificou o presidente.
Clima
"Hoje, nós não conseguiríamos construir Itaipu como ela foi construída no começo dos anos 70. Porque, naquele tempo, não existia a visão de conservar o nosso planeta como se tem hoje. Hoje, as pessoas mais idosas e as mais novas estão todas preocupadas com o clima e com o que pode acontecer, com a nossa irresponsabilidade", discursou Lula durante a solenidade.
Estavam presentes ainda a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o chefe da Casa Civil, ministro Rui Costa, o chanceler Mauro Vieira, além da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), e do líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR), entre outras autoridades.
Países aliados
Lula comparou o acordo firmado entre os países, "dadas às devidas proporções", com a criação da União Europeia. "As brigas e divergências que nós tivemos permitiram que a gente avançasse no acordo e permitiram que a gente sonhasse com esse fabuloso ano de 2023, quando finalmente a gente iria terminar de pagar a Itaipu", enfatizou. A última parcela foi paga, no valor de US$ 115 milhões, pela empresa no dia 28 de fevereiro. Ao todo, a Itaipu Binacional repassou mais de US$ 20 bilhões ao Brasil e ao Paraguai ao longo das décadas.
O novo diretor-geral brasileiro, Enio Verri, terá a missão de renegociar o tratado entre os dois países. Segundo Lula, o processo levará em conta as necessidades brasileiras e paraguaias. "Eu queria dizer que eu tenho certeza que nós iremos fazer um tratado que leve muito em conta a realidade dos nossos países e o respeito que o Brasil tem que ter com o nosso aliado, o nosso querido Paraguai", frisou o presidente.
Para Lula, o Brasil precisa "combinar seu crescimento econômico com o de seus parceiros", e "ter a grandeza" de compartilhar os benefícios conquistados com os países vizinhos. Ele defendeu ainda que a Itaipu deve compartilhar ainda suas conquistas com o povo brasileiro.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.
Saiba Mais
- Política Ministra Marina Silva deixa hospital de Brasília após 2 dias internada
- Política Dino pede para Polícia Federal apurar denúncias contra a Abin
- Política Vista em loja da Prada dos EUA, Michelle Bolsonaro é criticada na web
- Política Torres presta depoimento ao TSE por mais de uma hora em ação que mira Bolsonaro
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.