Hidrelétrica

Lula destaca cooperação com Paraguai durante posse de diretor da Itaipu

Presidente frisou que a renegociação do acordo irá visar necessidades dos dois países. Lula está em Foz do Iguaçu, onde participou da posse de Enio Verri como diretor-geral brasileiro da usina

Victor Correia
postado em 16/03/2023 13:02 / atualizado em 16/03/2023 13:03
 (crédito: Reprodução/Youtube @Itaipu Binacional)
(crédito: Reprodução/Youtube @Itaipu Binacional)

Em viagem a Foz do Iguaçu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que a revisão do tratado da Itaipu Binacional levará em conta as necessidades do Brasil e do Paraguai. Segundo o chefe do Executivo, a cooperação estabelecia com o país em 1973 para a construção da usina é um "acordo civilizatório". Ele destacou ainda que o Brasil tem que compartilhar suas conquistas com as nações vizinhas e aliadas. 

Lula participou na manhã desta quinta-feira (16/3) da posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, que contou com a presença do presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez. Segundo o petista, os conflitos que ocorreram entre as nações por conta da gestão da usina, que é compartilhada, levaram a avanços no acordo. E lembrou que a dívida da construção da hidrelétrica finalmente foi paga no fim de fevereiro, após 50 anos.

Apesar da nomeação do diretor-geral, que ocorreu na sexta passada (10), o restante da diretoria não foi anunciado. "Possivelmente por um equívoco nosso mesmo. Logo logo será anunciado", justificou o presidente.

Clima

"Hoje, nós não conseguiríamos construir Itaipu como ela foi construída no começo dos anos 70. Porque, naquele tempo, não existia a visão de conservar o nosso planeta como se tem hoje. Hoje, as pessoas mais idosas e as mais novas estão todas preocupadas com o clima e com o que pode acontecer, com a nossa irresponsabilidade", discursou Lula durante a solenidade.

Estavam presentes ainda a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o chefe da Casa Civil, ministro Rui Costa, o chanceler Mauro Vieira, além da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), e do líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR), entre outras autoridades.

Países aliados

Lula comparou o acordo firmado entre os países, "dadas às devidas proporções", com a criação da União Europeia. "As brigas e divergências que nós tivemos permitiram que a gente avançasse no acordo e permitiram que a gente sonhasse com esse fabuloso ano de 2023, quando finalmente a gente iria terminar de pagar a Itaipu", enfatizou. A última parcela foi paga, no valor de US$ 115 milhões, pela empresa no dia 28 de fevereiro. Ao todo, a Itaipu Binacional repassou mais de US$ 20 bilhões ao Brasil e ao Paraguai ao longo das décadas.

O novo diretor-geral brasileiro, Enio Verri, terá a missão de renegociar o tratado entre os dois países. Segundo Lula, o processo levará em conta as necessidades brasileiras e paraguaias. "Eu queria dizer que eu tenho certeza que nós iremos fazer um tratado que leve muito em conta a realidade dos nossos países e o respeito que o Brasil tem que ter com o nosso aliado, o nosso querido Paraguai", frisou o presidente.

Para Lula, o Brasil precisa "combinar seu crescimento econômico com o de seus parceiros", e "ter a grandeza" de compartilhar os benefícios conquistados com os países vizinhos. Ele defendeu ainda que a Itaipu deve compartilhar ainda suas conquistas com o povo brasileiro.

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