O ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, declarou nesta quarta-feira (15/3) que resolver o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, que ontem completou cinco anos, está intimamente ligado à superação de traumas no Brasil.
“O assassinato de Marielle revelou como nosso país é autoritário e avesso à democracia. Não existe possibilidade de superar o autoritarismo se não nos comprometemos com a elucidação do caso. Há o compromisso do governo de que esse assassinato seja desvendado e que nós possamos chegar a quem são os mandantes e puni-los”, disse o ministro durante sessão solene pela memória e justiça da violação política, de gênero e raça, na Câmara dos Deputados.
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Anielle, irmã da vereadora assassinada e ministra da Igualdade Racial, também esteve presente e refletiu as falas de Silvio Almeida, acrescentando que a democracia brasileira segue fragilizada enquanto não houver resposta sobre os mandantes do crime. “Atos como esse nos dão forças para viver e lutar contra a violência política que assola as nossas vidas. Os nossos corpos, por estarem aqui, todos os corpos pretos e de mulheres negras, por estarem aqui, já são um ato político”, apontou a ministra.
Por determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar o assassinato de Marielle e do motorista. A intenção, segundo Dino, é "ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios", disse. "Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes", emendou. As apurações ficarão sob a responsabilidade do delegado Guilhermo de Paula Catramby.
Dois policiais estão presos por participação nos homicídios — Ronnie Lessa, policial militar reformado apontado como executor dos disparos; e Élcio Vieira de Queiroz, que seria o motorista do carro que perseguiu o veículo de Marielle e Anderson. Ambos estão detidos em penitenciárias federais fora do Rio de Janeiro e vão a júri popular.
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