Dia Internacional da Mulher

Lula diz que Bolsonaro estimulou "de forma velada" a violência contra mulheres

Presidente também citou, em alfinetada ao ex-presidente Michel Temer (MDB), o impeachment de Dilma Rousseff (PT), ao qual chamou de golpe nas políticas das mulheres

Ingrid Soares
postado em 08/03/2023 14:43 / atualizado em 08/03/2023 14:46
 (crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação)
(crédito: Ricardo Stuckert/Divulgação)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (8/3), durante evento do Dia Internacional das Mulheres no Palácio do Planalto, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “estimulou de forma velada a violência contra mulheres”.

“Houve um tempo em que o 8 de março era comemorado com distribuição de flores para as mulheres, enquanto os outros 364 dias do ano eram marcados pela discriminação, o machismo e a violência. Hoje, comemoramos o 8 de março com o respeito que as mulheres exigem, em todos os espaços que elas queiram ocupar, seja no trabalho, em locais públicos, na política ou dentro de suas próprias casas”.

“Respeito que nós lutamos para construir quando governamos esse país, respeito que faltou ao governo anterior, quando optou pela destruição de políticas públicas, cortou recursos orçamentos essenciais e chegou a estimular de forma velada a violência contra mulheres. Mas o Brasil voltou. Voltou para combater a discriminação, o assédio e todas as formas de violência.”

Em alfinetada ao ex-presidente Michel Temer (MDB), Lula citou o impeachment de Dilma Rousseff (PT) como um dos golpes dados nas políticas das mulheres e chamou Bolsonaro de “o coisa”, apontando retrocesso. “É um processo que sofreu um golpe muito grande a partir do golpe de 2016 da Dilma Rousseff e sofreu um golpe ainda maior depois que ‘o coisa’ foi eleito presidente. Vocês viram o retrocesso não apenas que as mulheres sofreram, o retrocesso que a sociedade brasileira sofreu, que as conquistas e avanços sociais sofreram nesse país. É importante vocês estarem preparados. Tem que lutar não apenas para conquistar, mas para manter. Perceberam que é muito fácil destruir uma coisa que levou anos para construir.”

Pacote de medidas

O chefe do Executivo ainda citou estatísticas de violência. “Todos os dias, inclusive neste 8 de março, Dia das Mulheres, três brasileiras são assassinadas pelo simples fato de serem mulheres. É intolerável que, enquanto participamos desse evento, que uma mulher ou uma menina seja estuprada a cada 10 minutos. Estamos apresentando hoje um pacote de medidas para colocar um fim nessa barbárie. Mas é preciso ir além do combate”, disse.

Lula anunciou, no evento, o projeto de lei de igualdade salarial. Ele apontou que o texto conta com a palavra “obrigatoriedade”, que fará o diferencial no cumprimento da medida. E cobrou também fiscalização por parte da Justiça.

“Nesse projeto de lei que estamos mandando ao Congresso, tem uma palavra, só uma palavra que faz a diferença de tudo que já foi escrito sobre trabalho igual entre homens e mulheres na mesma função. Uma única palavra: essa mágica palavra chama-se obrigatoriedade de pagar o salário igual. Vai ter muita gente que não vai querer pagar, mas, para isso, a Justiça tem que funcionar para obrigar o empregador que não pagar a pagar aquilo que a mulher merece pela sua capacidade de trabalho”, apontou.

“A gente está dizendo em alto e bom som que quem trabalha na mesma função e com a mesma competência, a mulher tem o direito de ganhar o mesmo salário que ganha o homem trabalhando”, reforçou o presidente. “Quando aceitamos que a mulher ganhe menos que o homem no exercício da mesma função, nós estamos perpetuando uma violência histórica. Quando negamos a mãe solo o direito de criar seus filhos com dignidade e segurança, estamos normalizando uma violência contra as mulheres. Quando deixamos de construir creches para que as mães possam trabalhar em paz, sabendo que seus filhos serão bem cuidados, nós estamos cometendo uma violência contra as mulheres”, completou.

“Quando deixamos de criar condições para que as meninas abracem a profissão que desejarem, inclusive em áreas ligadas à ciência e à tecnologia, nós estamos sendo coniventes com essa violência contra as mulheres. Quando aceitamos que as mulheres, embora sejam 52% da população brasileira, ocupem apenas 17,7% das cadeiras na Câmara dos Deputados, nós estamos fechando os olhos para mais uma violência contra as mulheres”, emendou.

Lula assinou também decretos, entre eles o que determina a reserva de 8% das vagas em empresas contratadas pela administração pública federal para mulheres que foram vítimas de violência, além da recriação do programa Mulher Viver sem Violência, com previsão de construção de 40 novas unidades das Casas da Mulher Brasileira, com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública; além de investimento de R$ 372 milhões, doação de 270 viaturas para a Patrulha Maria da Penha e criação da Política Nacional de Inclusão, Permanência e Ascensão de Meninas e Mulheres na Ciência, Tecnologia e Inovação.

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