Às investidas que ex-integrantes da Lava-Jato fizerem, das tribunas do Congresso, contra o novo formato da operação — que está sendo tocada pelo juiz Eduardo Appio —, o PT promete dar o troco dentro do Legislativo. A bancada pretende bater forte para mostrar que o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e o ex-procurador e atualmente deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) foram dois vetores de criminalização da política e, indiretamente, vetores para a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência.
Por meio do reforço desse discurso, a tática petista é de, aos poucos, promover o isolamento de ambos e mostrá-los como adversários da atividade política. Isso porque, quando ambos colocam nas plataformas políticas pelas quais se elegeram, que travarão uma luta contra a corrupção, aos olhos dos petistas — e de seus satélites dentro do Congresso — colocam todos os parlamentares no mesmo balaio.
Na avaliação do cientista político Valdir Pucci, a tática do PT em criticar a Lava-Jato é acertada do ponto de vista político. “Moro e Dallagnol estão no Congresso justamente com a bandeira de defender a Lava-Jato. E ficar do lado da operação significa atacar o PT e a própria história recente do partido envolvido nesses escândalos de corrupção. Então, se de um lado Moro e Dallagnol defendem a Lava-Jato como uma forma de atacar o PT, automaticamente o PT se contrapõe porque é uma forma de defender sua própria história. O partido insistirá que a atuação de ambos não era para combater a corrupção, mas sim para combater o PT”, analisou.
Porém, o professor emérito e cientista político da Universidade de Brasília (UnB), David Fleischer, tem dúvidas se essa é a melhor tática para obter o isolamento de Moro e de Dallagnol. Para ele, melhor faria a bancada caso se debruçasse sobre projetos que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera importantes a serem retomados.
“O PT não esquece. Eles foram feridos, não de morte, mas feridos bastante e Moro foi o grande alvo deles. A Lava-Jato pegou gente de outros partidos, como o MDB. O melhor é deixar esse ressentimento para lá e tocar em outros assuntos mais importantes”, propôs.
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