Nos EUA, Bolsonaro culpa a esquerda pelo 8 de janeiro e nega ser investigado

O ex-presidente reforçou que deve voltar ao Brasil ainda em março. Bolsonaro ainda tentou negar fatos, como os inquéritos correntes do 8/1 e da crise ianomâmi

Kelly Hekally Especial para o Correio

postado em 05/03/2023 22:27 / atualizado em 05/03/2023 22:28

(crédito: AFP)

Em nova entrevista nos Estados Unidos, desta vez para a emissora de TV aberta norte-americana NBC, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou "pessoas da esquerda" de planejar a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro. A fala ocorreu neste sábado (4/3), após uma conferência conservadora em que participou, junto com Donald Trump, que tentou reeleição à presidência do país em 2020, mas foi derrotado por Joe Biden.

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"As manifestações da direita ao longo de 4 anos foram pacíficas e não temos nada a temer. Jamais o nosso pessoal faria o que foi feito agora no dia 8 [de Janeiro]. Cada vez mais nós temos certeza que foram pessoas da esquerda que programaram aquilo tudo", afirmou Bolsonaro neste fim de semana.

Em 2019, primeiro ano de seu mandato, Bolsonaro disse em entrevista ao jornal O Globo que a palavra golpe era utilizada "quando a esquerda perde". Na época, o Brasil ainda vivia o rescaldo do impeachment de Dilma Rousseff (PT), que foi substituída por Michel Temer (MDB), seu vice quando o processo começou a transcorrer no Congresso Nacional.

"A palavra golpe é usada muito quando a esquerda perde, né? Quando eles ganham, é legítimo. Quando eles perdem, é golpe. Eu não vou entrar nessa narrativa deles aí. A esquerda vai falar que houve golpe agora", declarou, em 2019.

"Não fui citado em absolutamente em nada"

Na entrevista, o ex-presidente também disse que pretende voltar ao Brasil neste mês e que não é investigado. A informação, porém, não é verdadeira: apenas este ano, Bolsonaro passou a fazer parte de inquéritos correntes sobre os atos de 8 de janeiro e a crise humanitária dos ianomâmis.

"Eu pretendo ir ao Brasil esse mês ainda. Eu (não) respondo por processo nenhum. Não fui citado em absolutamente nada". O PL, partido ao qual se filiou pouco antes das eleições do ano passado, em que foi derrotado, objetiva fazer eventos pelo país, com a presença do correligionário.

Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, assumiu o PL Mulher e está em compromissos da legenda desde o mês passado. Também neste sábado, Bolsonaro concedeu entrevista ao podcast The Charlie Kirk Show, cujo apresentador, Charlie Kirk, é ativista da extrema direita americana e ligado à invasão ao Capitólio, de 6 de janeiro de 2021.

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