Jacobina

Fazendeiros 'ocupam' invasão do MST para retirar sem-terra na Bahia

Os proprietários e empregados de fazendas se organizaram em sindicatos rurais da região e se dirigiram à fazenda invadida em um comboio de carros e caminhonetes

Agência Estado
postado em 04/03/2023 09:54
 (crédito:  Reprodução/Redes Sociais)
(crédito: Reprodução/Redes Sociais)

Com um comboio de veículos puxado por um carro de som, um grupo de fazendeiros e empregados de fazendas "invadiram" um acampamento montado em uma área invadida pelo Movimento dos Sem Terra (MST) para exigir a saída dos invasores, na tarde de sexta-feira, 3, em Jacobina, interior da Bahia. Houve ameaça de confronto, evitado com a chegada da Polícia Militar. Em menor número, os sem-terra saíram do local, mas acamparam em outro ponto da propriedade.

A Fazenda Limoeiro é uma das quatro propriedades rurais invadidas na segunda-feira, 27, pelo MST, na primeira onda de ocupações coordenada pelo movimento durante o novo governo do presidente Lula. As outras três, no sul do Estado, pertencem à empresa Suzano e duas delas já tiveram liminares de reintegração de posse concedidas pela Justiça. A família Pires, proprietária da Limoeiro, também entrou com ação de reintegração, mas ainda não houve decisão judicial.

Os proprietários e empregados de fazendas se organizaram em sindicatos rurais da região e se dirigiram à fazenda invadida em um comboio de carros e caminhonetes. Até um ônibus foi mobilizado para o transporte. Com o carro de som, os ruralistas pediram que os sem-terra deixassem a área para evitar um conflito. A PM enviou várias viaturas para o local. Os policiais formaram uma barreira entre os manifestantes e os sem-terra. Parte dos produtores mobilizados na manifestação decidiram permanecer acampados na fazenda. Viaturas da PM também permanecem no local.

De acordo com o dirigente nacional do MST no Estado, Evanildo Costa, para evitar conflito, os sem-terras retiraram os barracos e deixaram o local, mas acamparam em outro ponto da fazenda. Ele disse que o clima continuava tenso na região. O MST alega que a fazenda é improdutiva. Neto dos proprietários, Felipe Pires disse que a propriedade dos seus avós tem forte tradição em pecuária.

Na quarta-feira, 1º, a Federação de Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) enviou ofício ao secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, pedindo providências com relação à invasão da Limoeiro. Nesta sexta, a federação informou que a intervenção dos produtores rurais em defesa da Fazenda Limoeiro foi pacífica.

Há um clima de desconfiança do setor sobre a garantia de segurança jurídica no campo. As invasões, com dois meses de governo, contrariam o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha. O petista chegou a dizer que o MST não ocupava propriedades produtivas, como são as áreas da Suzano.

Cobertura do Correio Braziliense

Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!

Notícias no seu celular

O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:

 

 

Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

CONTINUE LENDO SOBRE