Um grupo de cinco senadores de oposição ao governo se reuniu, ontem, com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir celeridade nos processos dos extremistas presos pelos atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília.
Os parlamentares saíram do encontro dizendo que a conversa foi "amistosa" e que esperam que mais detidos sejam soltos "nos próximos 15 a 20 dias".
"Levamos para ele (Moraes) as nossas preocupações em relação à questão do processo em si. Entendemos que é um grande número de pessoas que foram detidas no dia 8. Vimos a necessidade de trabalharmos, o que de fato já está acontecendo, a individualização das culpas", salientou o senador Rogério Marinho (PL-RN), após a reunião.
Participaram do encontro também os senadores Eduardo Girão (Novo-CE), Carlos Portinho (PL-RJ), Wellington Fagundes (PL-MT) e Tereza Cristina (PP-MS).
Segundo Marinho, Moraes busca providenciar mutirões junto à Defensoria Pública e aos advogados dos detidos. O senador elogiou a Defensoria Pública do Distrito Federal pelo trabalho de identificação dos presos que não têm advogado para realizar suas defesas e fazer os respectivos pedidos de soltura.
Marinho disse, ainda, ter a expectativa de que, ainda este mês, parte dos extremistas possam responder em liberdade por suas respectivas participações nos ataques.
"Temos hoje ainda 700 presos que remanescem nos dois sistemas, tanto na Colmeia como na Papuda (presídios feminino e masculino do DF). Esperamos que nos próximos 15 a 20 dias tenhamos a grande parte dessas pessoas identificadas, processadas pelos eventuais delitos e liberadas para que possam responder em liberdade sobre seus respectivos casos", disse.
Na avaliação de Marinho, devem seguir presas somente as que foram identificadas como autoras dos crimes. "Aqueles que têm culpa, que cometeram atos de barbárie, que eventualmente financiaram (os atos golpistas), têm evidentemente que pagar pelos seus delitos", frisou. Segundo ele, o alto número de detidos também tem impacto sobre as condições do sistema carcerário.
Ontem, Moraes determinou a soltura de mais 52 radicais. Agora, 751 pessoas continuam presas e 655 foram liberadas para responder em liberdade.
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Comissão parlamentar
O senador destacou que a própria Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), pronta para ser instalada no Congresso Nacional, pode auxiliar com os desfechos sobre o 8 de janeiro.
No Twitter, Marinho comentou sobre a reunião: "Estes e outros parlamentares de diferentes partidos que não puderam estar presentes permanecem atentos ao desfecho justo desse processo e, ao mesmo tempo, trabalham pela abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para que o Congresso Nacional possa contribuir na elucidação dos fatos, inclusive com a responsabilização das ações e omissões das autoridades envolvidas".
Carlos Portinho também usou as redes sociais para mencionar o encontro. "Reunimos no STF para tratar das condições das pessoas detidas em decorrência dos atos de 8 de janeiro. Reforçamos o pedido para dar celeridade à individualização das condutas para garantir a soltura daqueles que possam responder às acusações em liberdade. Vem CPMI! Quem pode ser contra?", postou.
Apesar de destacarem a eventual instalação da CPMI, os parlamentares seguirão acompanhando as investigações do Supremo.
A reunião de ontem foi solicitada por meio de um ofício e atendida em menos de 48 horas. Na última semana, o grupo esteve com a presidente da Corte, ministra Rosa Weber.
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