O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por videoconferência, ontem, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e reforçou "o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo" sobre a invasão russa e a guerra, que já se arrasta há mais de um ano. Lula salientou, ainda, que "a guerra não pode interessar a ninguém".
Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que Zelensky lembrou que Lula esteve na Ucrânia, em 2004 e 2009, e reafirmou o convite para que ele visite Kiev. O presidente brasileiro, por sua vez, manifestou "disposição em atender o convite em um momento adequado" e frisou para o colega ucraniano "o desejo que o retorno da paz facilite esses encontros".
Apesar das acusações de que o Brasil se equilibra ao tratar a questão da invasão russa sem condenar enfaticamente o governo de Moscou, Lula ressaltou para Zelensky que "o Brasil defende a integridade territorial da Ucrânia" e que, por isso, votou favoravelmente sobre a recente resolução da ONU.
"Lula citou, ainda, conversas com os líderes da França, Alemanha e EUA nesse sentido, e sua disposição de conversar igualmente com a China, em sua visita a Pequim, e também com a Rússia. Os dois líderes (o petista e Zelensky) ficaram de conversar novamente em um futuro próximo", disse a assessoria do Palácio do Planalto.
Pelo Instagram, Zelenski agradeceu o apoio do Brasil na ONU, ressaltou "o princípio da soberania e integridade territorial dos países", além de discutir esforços diplomáticos em meio à guerra. "Tive um telefonema com o presidente do Brasil. Obrigado por apoiar nossa resolução na ONU. Destacamos a importância de defender o princípio da soberania e integridade territorial dos países. Também discutimos os esforços diplomáticos para trazer a paz de volta para a Ucrânia e para o mundo", afirmou.
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Interesse
Em 24 de fevereiro, Zelensky disse que tem interesse que Lula se envolva na construção de uma solução para a guerra e que pretende não apenas um encontro entre eles, mas, também, o apoio de outros chefes de Estado da América Latina para a construção de um acordo que ponha fim à guerra. "Convidei Lula para vir à Ucrânia e realmente quero um encontro com ele. Adoraria ter sua assistência e apoio para iniciar conversas com a América Latina. Estou apenas esperando encontrá-lo, cara a cara, e acho que, assim, eu e a Ucrânia poderíamos ser mais bem compreendidos na região. Gostaria muito que ele me ajudasse e me apoiasse com uma plataforma para conversar com a América Latina. Estou realmente interessado nisso", disse o presidente ucraniano.
Entretanto, a Rússia manifestou incômodo com a posição brasileira em recente resolução das Nações Unidas. O vice-chanceler da Rússia, Sergei Ryabkov, disse "lamentar" a posição do Brasil a favor do texto apresentado pela Alemanha, que foi classificado por Moscou como "infestado por um forte discurso antirrusso".
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