A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva (PT), a Janja, acompanhada das ministras de Estado e das presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal exaltaram, em evento na manhã desta quarta-feira (1º/3), no Palácio do Planalto, a inclusão de mulheres no primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista bateu o recorde de mulheres ministras, até então do governo de Dilma Rousseff (PT), e soma 11 integrantes do gênero feminino em seu quadro.
As 14 governistas fizeram falas breves sobre o mês de março, que simboliza a luta da mulher pela igualdade social e contra a violência, entre outros pontos, e anunciaram que haverá ações voltadas à população feminina no próximo dia 8, em que se celebra o Dia Internacional da Mulher. Última a discursar, Janja começou suas palavras citando Ellen Otoni, que está no hospital após levar sete tiros do namorado, e destacou que chegar a uma taxa de feminicídio zero no Brasil é uma obsessão de Lula tanto quanto acabar com a fome no país.
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A primeira-dama disse que vai atuar ao longo da gestão junto a ministérios de proteção social e à sociedade em prol das mulheres. “Os homens não estão satisfeitos de matar as mulheres: têm matado os filhos também”. “A gente sabe como é difícil nós mulheres ocuparmos espaços de decisão e poder, principalmente na política. O tema mulher é transversal de todos os ministérios. Estamos trabalhando para que isso aconteça no governo do presidente Lula.”
Racismo ambiental
Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva fez referência à importância de políticas públicas voltadas ao “racismo ambiental”, que a gestora definiu como “mulheres que são empurradas para encostas por serem as mais pobres”, sendo assim vítimas do machismo reproduzido por homens que exploram de maneira ilegal territórios indígenas, complementou.
“Nós não queremos só o dia 8. Queremos uma participação cada vez mais ampliada nos espaços de decisão e formação de políticas públicas, mas também em empresas, espaços acadêmicos, na cena cultural brasileira. O presidente Lula estabelece que a transversalidade é a marca de seu governo.”
Presidente da Caixa, Rita Serrano relembrou a gestão de Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, acusado e investigado por assédios sexual e moral, e argumentou que a insistência das mulheres em chegar e permanecer em espaços de poder é uma necessidade para que a sociedade quebre o paradigma do machismo.
Um dos últimos nomes a serem confirmados em cargos no terceiro mandato de Lula, Simone Tebet sinalizou às mulheres do Nordeste. “O presidente Lula só me deu uma determinação: que o pobre esteja no orçamento público brasileiro. A cara mais pobre do Brasil é a de uma mulher negra do Nordeste brasileiro”, afirmou.
A ex-senadora acrescentou que “vai ser com cobertor curto” que sua pasta, o Ministério do Planejamento e Orçamento, vai buscar realizar as ações de cunho social a pessoas em situação de vulnerabilidade. Ela também reiterou o anúncio do Palácio do Planalto de que será enviado, no próximo dia 8, pelo presidente Lula um projeto de lei (PL) que iguala os salários entre homens e mulheres em todo país.
Ainda não há informações de por onde a proposição vai começar a tramitar: Câmara ou pelo Senado. O protocolo do projeto deve ser realizado na Casa em que o Planalto julgar que a tramitação será menos travada, curso normal de propostas relevantes a governos. Nísia Trindade e Tarciana Medeiros, ministra da Saúde e presidente do Banco do Brasil, respectivamente, relembraram o fato de serem as primeiras mulheres na história do país a ocuparem os postos em que atualmente estão.
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