A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, destacou, nesta segunda-feira (27/2), a reitores de universidades, a dificuldade de lidar com a desinformação na sociedade atual. Segundo a magistrada, o auge da crise, nos atos terroristas de 8 de janeiro, deixou “evidente o quão prejudiciais à saúde de nossa democracia” são as fake news.
“Cada vez mais difícil, todos sabemos, a tarefa de levar informação correta e precisa à sociedade, e, mais do que isso, de despertar a consciência para a importância de quebrar a corrente da desinformação — e de como fazê-lo —, não repassando informações de duvidosa procedência sem antes checá-las, ou mesmo notícias falsas ou mentirosas”, afirmou. “O dia 8 de janeiro deixou evidente o quão prejudiciais à saúde de nossa democracia são a desinformação, a propagação de informações falsas e o discurso de ódio”, ressaltou.
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A fala foi dada em um encontro da ministra com reitores de universidades e representantes de instituições de educação que são parceiros do Programa de Combate à Desinformação. Aos presentes, a magistrada apresentou o programa “STF na Escola”, que tem como objetivo aproximar a Corte da sociedade civil por meio da visitação a escolas públicas e privadas do Distrito Federal.
“Digo isso para mais uma vez enfatizar que os atos de vandalismo do último dia oito de janeiro — o dia da infâmia, no qual criminosamente invadidas as sedes deste Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto — não lograram afetar nossas atividades jurisdicionais e administrativas e sequer os eventos planejados, graças ao empenho e esforço de todos os que amam esta Casa e a Democracia!”, declarou a ministra.
Defesa das urnas
Rosa Weber também destacou as tentativas dos extremistas de colocar em xeque a lisura do processo eleitoral brasileiro. Ela afirmou que lidar com a onda de desinformação e ataques “não é tarefa fácil” e lembrou do período que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2018 — ano que definiu Jair Bolsonaro como presidente.
“Pela primeira vez as chamadas fake news direcionaram-se ao processo eleitoral em si, em especial contra as instituições encarregadas de realizá-lo, visando a solapar a credibilidade das urnas eletrônicas, utilizadas com êxito havia — lá — mais de 20 anos. Desde então, o Poder Judiciário e a sociedade de um modo geral vêm buscando caminhos para combater a desinformação como um todo. E não é tarefa fácil”, disse.
“O próprio STF, nos últimos anos, virou alvo. Algumas decisões desta Corte foram deturpadas, assim como distorcidas, quando não inventadas, manifestações atribuídas a ministros, alimentando a desconfiança de modo hostil. Esse quadro preocupante torna-se mais grave diante da constatação de que grande parte dos detratores sequer conhece o papel desempenhado pelo Supremo”, apontou a magistrada.
Na reunião, Rosa Weber também destacou o aniversário de 132 anos da Suprema Corte. “Fico feliz em recebê-los aqui no Anexo 2, o qual nossos seguranças evitaram que fosse invadido. Neste plenário da primeira Turma do Tribunal, neste 27 de fevereiro, data para nós muito expressiva porque ocorre na véspera do aniversário de 132 anos do Supremo Tribunal Federal, instalado que foi em 28 de fevereiro de 1891, logo após a promulgação da 1ª Constituição Republicana do Brasil”, disse.
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