"Consenso global"
A regulamentação das redes é uma das propostas defendidas pelo governo e está presente em projetos como o "Pacote da democracia", criado pelo Ministério da Justiça, e o Projeto de Lei (PL) das Fake News, que tramita na Câmara.
A conferência da Unesco é a primeira a tratar da desinformação e regulamentação para as plataformas. Está sendo realizada após pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres, por medidas para combater a desinformação. Na avaliação de Audrey Azoulay, esse é um dos problemas "mais complexos e desafiadores do nosso tempo".
A carta de Lula foi lida pelo secretário João Brant na abertura da conferência. "Estamos enxergando os efeitos da desinformação, do discurso de ódio, dos ataques à democracia na sociedade brasileira", declarou. "A intenção do governo brasileiro é fazer esse debate costurando ações no Brasil, mas também essa articulação global. É um problema que o mundo todo sofre", afirmou.
O ministro Luís Roberto Barroso ressaltou, depois do encontro, que os países estão alinhados sobre o tema. "Acho que vai se formando um consenso global de que é preciso regulamentar as mídias. Quando surgiu a internet, havia uma certa ideia de que ela deveria ser aberta, livre, e não regulada. Uma visão um pouco libertária que, infelizmente, com o tempo, não confirmou sua possibilidade", disse, em entrevista à CNN.
Por sua vez, o influenciador Felipe Neto discursou no evento sobre sua atuação durante a campanha eleitoral. Ele usou as redes para combater a desinformação, especialmente em relação às urnas eletrônicas, e para apoiar a candidatura de Lula. "Toda vez que eu via uma mentira, usava as mesmas palavras-chave para ser recomendado entre os extremistas. Então, quando as pessoas assistissem aos vídeos dos extremistas, eu seria recomendado. Usei o mesmo público-alvo para tentar burlar esse sistema", explicou o youtuber, que tem cerca de 45 milhões de seguidores em sua conta no canal.
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