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Lula diz que autonomia do BC será reavaliada após fim do mandato de Campos Neto

Ao falar sobre a discussão da nova âncora fiscal para garantir mecanismos de responsabilidade fiscal no país, Lula criticou o mercado financeiro e pediu mais seriedade

Em entrevista à jornalista Daniela Lima, na CNN, nesta quinta-feira (16/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)  falou sobre a possibilidade de mexer ou não na autonomia do Banco Central — assunto que tem gerado polêmica com o mercado nas últimas semanas. O presidente declarou que após a saída de Roberto Campos Neto do cargo serão avaliados os benefícios e consequências da lei que tornou o BC independente.

“Vamos ver qual é a utilidade que a autonomia do Banco Central trouxe ao país. Se ela trouxe algo positivo, não tem problema nenhum de ser independente. Na verdade ele é autônomo mas não é independente. Porque tem compromisso com a sociedade brasileira, tem compromisso com o Congresso Nacional e com o presidente da República. Isso nunca foi para mim uma coisa de princípio. O que interessa para mim é o resultado: um banco central autônomo vai ser melhor? Vai melhorar a economia? Ótimo. Mas se não melhorar vai ter que mudar”, destacou.

O presidente também teceu críticas às reações do mercado financeiro às suas falas e posicionamentos. Segundo ele, o mercado é “frágil e conservador” e precisa de mais “seriedade”.

Esse mercado é muito frágil, precisa ter um pouco mais de seriedade. Eu se fizesse o discurso que o Biden fez na semana passada no Congresso Nacional eu seria chamado de comunista, de terrorista, porque esse mercado está muito conservador. É preciso gostar de ganhar dinheiro, mas é preciso ter um pouco de sensibilidade social. É preciso saber que esse país quer melhorar de vida”, disse.

Lula questionou ainda sobre o significado da expressão “responsabilidade fiscal” sob a ótica desse mercado. “Quando se fala em responsabilidade fiscal no país parece que o que se diz é que os banqueiros querem ter certeza de que eles vão receber o seus juros todo ano do governo. Querem garantir primeiro o deles. Eu acho que eles tinham que ter um pouco de bom-senso para garantir primeiro o do povo que está passando fome na rua, do povo que mora embaixo de ponte”, criticou.

Autonomia do BC

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