O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, declarou nesta quinta-feira (9/2) que a pasta estima que mais de 2,5 milhões de beneficiários recebem o Bolsa Família de forma irregular. Ele afirmou ainda que o governo de Jair Bolsonaro (PL) desmantelou o Cadastro Único, a base de dados que identifica as famílias mais vulneráveis, de forma proposital.
A pasta está realizando um levantamento do Cadastro Único, visando aprimorar a base de dados e garantir o Bolsa Família aos mais necessitados. Um documento será entregue até o fim de fevereiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contendo a avaliação do sistema. A conclusão de Dias é que houve falta de controle e "critérios científicos" para a entrada no cadastro.
"Foi desmantelado o cérebro do Cadastro Único. É como se tivesse uma bagunça para perder o controle", declarou o ministro durante visita à Cozinha Solidária do Sol Nascente, projeto do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). "Temos um foco de mais ou menos 10 milhões de beneficiários que estão na linha de revisão desse cadastro. Acreditamos que mais ou menos 2,5 milhões desses que recebem têm grandes indícios de irregularidades", acrescentou.
Desmonte na assistência social
Durante a manhã de hoje, Dias participou de uma reunião do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). No encontro, representantes de estados, municípios, sociedade civil e do governo federal aprovaram o Plano para o Fortalecimento do Cadastro Único, capitaneado pela pasta do Desenvolvimento Social.
"Nele vamos ver que, se de um lado tem pessoas que ali estão de forma irregular, o mais dramático para mim são os milhares, milhões, que não estão tendo direito, passando fome, passando necessidade, e não são atendidos", discursou Wellington Dias durante a reunião. O ministro voltou a mencionar o desmonte na área da assistência social durante o governo Bolsonaro.
"A destruição, para resumir, se deu com a própria queima de equipamentos do cérebro do Cadastro Único. Ou seja, você não ter mais a condição de, na velocidade adequada (...), reconstruir essa base de dados do Cadastro Único. Ora, quando você tem isso, o que é que permite? O 'entrar de qualquer jeito'", afirmou.
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