Deputado federal gaúcho Mauricio Marcon (Podemos) apresentou aos seus seguidores, em uma live nas redes sociais, a visão dele do que é a Bahia. Segundo o parlamentar, o estado "é uma pobreza, tudo pichado, sujo" e os políticos do Nordeste não são cobrados porque o povo é "pobre". As declarações xenofóbicas foram dadas na noite de domingo (5/2) no perfil pessoal do parlamentar no Instagram.
“A gente esteve lá na Bahia. Assim, é um Haiti. Não tem explicação. É uma pobreza, tudo pichado, sujo. E era uma área turística, a gente fica imaginando onde não é. Então, a vida é muito diferente”, declarou Marcon. Ele estava acompanhado da esposa, Patrícia Loeser Marcon, que endossou a fala.
O deputado fez o comentário ao falar sobre um suposto desinteresse dos nordestinos por política. Na opinião dele, quem vive no Nordeste não acompanha o trabalho dos políticos que representam a região. "O público do Sul e Sudeste se importa demais (com política). Me cobra. Isso é ótimo. No Nordeste isso não existe até pela pobreza", opinou Marcon.
Marcon, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda disse que a pobreza no Nordeste é causada por políticos para angariar votos. "Se o Brasil tivesse uma educação melhor, com renda melhor, o Lula não seria presidente. O interesse desses políticos é que continue ruim."
Autodeclarado conservador e antipetista, o parlamentar comentava na live o volume de votos recebidos por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Bahia. Lula venceu a corrida presencial com 72% dos votos válidos, perdendo em apenas dois dos 417 municípios baianos.
Repercussão
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa rebateu as declarações. "Caro deputado Marcon: instrua-se, eduque-se, retenha essa baba ofídico-peçonhenta que emana da tua boca, seiva da violência que grassa em nosso país. Conheça direito a Bahia, o seu peso histórico, a sua estupenda arte, as suas magníficas igrejas e a sua contribuição para a formação da nacionalidade brasileira'', disse Joaquim Barbosa.
Em uma rede social, a também deputada federal e presidente do PSB na Bahia, Lídice da Mata, disse que as falas do congressista gaúcho são "estarrecedoras e lastimáveis". E afirmou que serão tomadas providências contra Marcon.
Em nota enviada à imprensa, o deputado gaúcho tentou justificar a fala xenofóbica sob o argumento de que a "política desastrosa de governos populistas" atrapalhou os dois locais.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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