A possível indicação do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles à Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara gerou forte repercussão negativa entre parlamentares da base governista e entidades ambientais. Nos bastidores, comenta-se que o deputado federal será a indicação do PL à comissão.
Salles é conhecido por sua fala sobre "passar a boiada" em relação a mudanças nas normas ambientais durante a pandemia da covid-19. Ele também deixou o governo de Jair Bolsonaro (PL) em meio a investigações pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre atuação em favor de madeireiros ilegais. As políticas ambientais defendidas enquanto ministro também são alvo de fortes críticas.
"É, no mínimo, um absurdo a indicação de Ricardo Salles para a presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara por parte do PL. É a raposa tomando conta do galinheiro. Não podemos permitir o ex-ministro do 'passar a boiada' em uma Comissão tão importante", escreveu o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).
A também deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS) chamou o ex-ministro de "exterminador do futuro" e "advogado de madeireiro". "Nós lutamos para derrubar o Salles do Ministério do Meio Ambiente. Não é na Câmara que ele vai mostrar as asas", afirmou a parlamentar.
"Não é possível que, após tantos escândalos envolvendo mineração e desmatamento ilegal, o Partido Liberal (PL) tem coragem de de pleitear o nome de Ricardo Salles para presidir a Comissão do Meio Ambiente", afirmou a deputada Carol Dartora (PT-PR).
Já Tabata Amaral (PSB-SP) disse que "Ricardo Salles na presidência da Comissão de Meio Ambiente é como…. não sei, Ricardo Salles na presidência da Comissão de Meio Ambiente".
Além de parlamentares da base governista, membros do governo também criticaram a possibilidade. Segundo o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, "isso seria desastroso para a implantação da nova política ambiental do Governo Lula; é uma afronta à sociedade brasileira".
Já na sociedade civil, o Observatório do Clima veio a público para criticar a indicação do nome de Salles. "É bizarra essa situação de a gente imaginar o Salles e a possibilidade de ele ser presidente da Comissão do Meio Ambiente da Câmara dos Deputados. Ele podia ser presidente, sei lá, da comissão de desmatamento, de grilagem de terra, de destruição ambiental, de madeira ilegal, se elas existissem", afirmou o secretário-executivo do Observatório, Márcio Astrini, em vídeo divulgado pela entidade.
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