O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi criticado por usar o termo "golpe Tabajara” para se referir à tentativa de gravar uma conversa dele com o senador Marcos do Val (Podemos-ES). O escritor Paulo Scott apontou que este é um nome indígena que “reivindicam a identidade e a ancestralidade”.
A fala do ministro foi feita em um evento com empresários em Lisboa, nessa sexta-feira (3/2). Segundo ele, a suposta tentativa do senador de gravar ilegalmente uma conversa com ele para anular as eleições foi “tentativa de uma operação Tabajara”. “Mostra exatamente o ridículo a que nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil”, disse.
O termo faz referência às Organizações Tabajara, empresa fictícia criada pelo programa de TV “Casseta & Planeta”, que agora é um termo utilizado para se tratar de qualquer ação falsa e mentirosa.
Para o escritor, é um termo que deve ser respeitado por carregar o nome de um povo indígena. “Abro a @folha e leio ‘Alexandre de Moraes vê 'tentativa Tabajara' de golpe no Brasil’. Ontem escutando @reinaldoazevedo ouvi ele falar três vezes a palavra Tabajara. No @brasil247 tem sempre alguém falando "golpe Tabajara". Sugiro que parem com isso. Um Tabajara é um indígena”, escreveu.
“Tabajaras são um povo indígena que habita o litoral do Brasil no trecho entre a ilha de Itamaracá e a foz do rio Paraíba, além de territórios no Piauí. Atualmente, grupos dos estados da Paraíba, do Ceará e do Piauí reivindicam a identidade e a ancestralidade tabajara. Respeitem”, acrescentou.
Ele continuou: “Se tudo é linguagem, comecem a melhorar o mundo pela escolhendo bem as palavras que serão usadas. Tudo reflete, tudo é simbologia, tudo é cultura. Foi deixando a extrema-direita usar como quis suas simbologias que o fanatismo de alguns chegou aonde chegou. Respeitem os indígenas.”
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