O senador Marcos do Val (Podemos-ES) diz que ainda não tomou a decisão final de pedir afastamento do Senado, anunciado no início da manhã desta quinta-feira (2/2), por meio de publicação nas redes sociais. Do Val, em coletiva em seu gabinete ainda nesta manhã, justificou a desistência, entre outras razões, por pedidos de colegas do Senado.
“A decisão não foi tomada ainda. Eu recebi ligação do Eduardo Bolsonaro, do Flávio Bolsonaro, do (Davi) Alcolumbre, do (Rodrigo) Pacheco, do Weverton, do (Sergio) Moro, da Elizane (Gama). Todo mundo dizendo senador não saia”. O parlamentar afirmou também estar sendo vítima de perseguição de reputação.
Marcos do Val teria sido alvo de críticas de nomes do bloco que apoiou a campanha de Rogério Marinho à presidência da Casa, seu candidato conforme posicionamento próprio nas redes, após ter abraçado Pacheco (PSD), reconduzido ao cargo de presidente nesta quarta-feira (1º/2). Pacheco derrotou Marinho. Marcos do Val também fez referências à filha para justificar sua desistência.
À Globo News, horas antes da coletiva em que fez declarou que a decisão não está tomada, o parlamentar disse que um dos fatores foi o diálogo presenciado por Jair Bolsonaro (PL), logo após as Eleições 2022, no qual, afirma o senador, o ex-deputado deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), preso na manhã desta quinta-feira, propôs gravar sem autorização uma conversa que comprometesse Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu não posso largar a missão que assumi agora para apresentar à sociedade e imprensa quem prevaricou (no caso da conversa com Silveira). Eu já tenho todos os documentos, mas só na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vou passar isso oficialmente para vocês”.
O senador eleito pelo Espírito Santo disse que desde 2019 se desloca com segurança reforçada por receio a ameaças de morte que recebe, bem como familiares, nas redes sociais, e declarou estar com medo de atentados contra sua vida.
A intenção de Silveira, ainda conforme Do Val, envolvia não desmobilizar os acampamentos golpistas. A escuta de Moraes se daria com uma equipe de suporte e seria uma tentativa de mostrar frases de que o ministro estaria ultrapassando as linhas da Constituição Federal.
Após determinação da Polícia Federal (PF), Moraes autorizou que seja tomado depoimento do senador, no inquérito que apura atos golpistas.
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