SANDRO FANTIEL

Vereador bolsonarista: 'Única cultura que baianos têm é viver na praia'

Fantiel ironizou e afirmou que empregadores terão que pagar 'hotel cinco estrelas' para os nordestinos encontrados em situação análoga à escravidão

Thiago Bonna - Estado de Minas
postado em 28/02/2023 21:58 / atualizado em 28/02/2023 22:01
 (crédito: Divulgação/Câmara Municipal de Caxias do Sul)
(crédito: Divulgação/Câmara Municipal de Caxias do Sul)

Após 215 trabalhadores serem resgatados na Serra Gaúcha por trabalho análogo à escravidão nas vinícolas da região, o vereador de Caxias do Sul Sandro Fantiel (Patriota), apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizou comentários xenófobos e ataques aos trabalhadores nesta terça-feira (28/2).

"Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer a limpeza todo dia para os 'bonitos' também? Temos que botar eles em hotel cinco estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?", ironizou o político na tribuna.

A maioria dos trabalhadores foi ameaçada e agredida após tentar ir embora devido às condições de trabalho nas colheitas da uva na região. Ao todo, 194 dos trabalhadores resgatados regressaram aos seus estados de origem.

Ainda durante a fala, Fantiel pediu para que os empresário da região "não contratem mais aquela gente lá de cima", se referindo aos nordestinos.

Ele afirma que "com os baianos, que a única cultura que têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema", afirmou o político.

Trabalho análogo à escravidão

Os homens, em sua maioria vindos da Bahia, viviam em jornadas exaustivas, recebiam comida imprópria para consumo, só podiam comprar produtos num estabelecimento predeterminado, tinham o salário descontado e também, relataram, teriam sido torturados com arma de choque e spray de pimenta.

A fala foi criticada pelo também vereador Lucas Caregnato (PT), que pediu que a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul repudiasse a fala xenofóbica e preconceituosa.

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