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Lula: "As pessoas têm vergonha de dizer que não almoçaram, não jantaram"

Presidente defende programa Mais Alimentos para ajudar no combate à fome — medida busca auxiliar no fomento da produção agrícola. Segundo o petista, o governo compraria o excedente da produção para distribuir aos que precisem

Ândrea Malcher
postado em 28/02/2023 16:13 / atualizado em 28/02/2023 16:13
 (crédito: Rafael Zart/MDS)
(crédito: Rafael Zart/MDS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou, nesta terça-feira (28/2), a importância do combate à fome durante a reinstalação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

“Combater a fome é uma coisa muito séria. Muitas vezes, as pessoas estão conversando com outras pessoas que estão com fome, e a pessoa não sente”, afirmou Lula. “Normalmente, as pessoas têm vergonha de dizer que não almoçaram, não jantaram, que não conseguem comer uma carne, uma salada.”

O presidente criticou o fato de o Brasil ser um dos maiores produtores de alimento do mundo, mas abrigar 33 milhões de famintos.

“Se neste país produzimos alimentos demais e tem gente com fome, significa que alguém está comendo mais do que deveria para que outro pudesse comer um pouco, que estamos desperdiçando alimentos entre a produção e o consumo, alguma coisa está errada”, comentou o chefe do Executivo. “A mais errada de todas é que as pessoas não têm dinheiro pra comprar o que comer, porque se tivesse dinheiro, muita gente ia querer produzir, aumentaria a produção e teríamos os alimentos necessarios.”

Mais Alimentos 

Lula antecipou querer se reunir com pequenos e médios produtores agrários para debater o programa Mais Alimentos, que visa auxiliar no fomento e incremento da produção agrícola. “Se um cidadão tem uma vaquinha, que dá vários litros de leite, vamos ajudar a dar seis. Se você só está colhendo uma saca de feijão, nós vamos ajudar a colher duas sacas. E vamos garantir que se as pessoas produzirem não vão perder, porque o excesso, o governo vai comprar para que a gente distribua onde precisa ser distribuído."

O presidente defendeu, ainda, o retorno da política do preço mínimo, que é um valor-referência para produtos agrícolas, visando a garantia de uma rentabilidade mínima da produção. Segundo Lula, a medida garantiria ao produtor que não haveria prejuízos diante de uma “super safra”.

“No Brasil é assim, às vezes as pessoas produzem, são incentivados a produzir, todo mundo planta, a colheita é muito grande e o preço cai. E às vezes o companheiro não consegue sequer retirar o dinheiro que investiu.”

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