O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou reajuste de 40% nas bolsas pagas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os benefícios estão congelados há 10 anos. O aumento vai vigorar a partir de março.
"É importante vocês saberem que a gente vai fortalecer outra vez a educação, a começar do ensino fundamental, do ensino básico, da creche à universidade", disse, em evento no Palácio do Planalto. "É proibido, neste governo, tratar (como) gasto dinheiro que vai para educação, para bolsa, para cuidar da saúde", acrescentou.
No caso da bolsa do mestrado, o valor sairá de R$ 1.500,00 para R$ 2.100,00. Na de doutorado, de R$ 2.200,00 para R$ 3.100,00. Já nas bolsas de pós-doutorado, o acréscimo será de 25%, com aumento de R$ 4.100,00 para R$ 5.200,00. Outras modalidades também serão reajustadas (veja quadro).
Segundo o Planalto, os aumentos terão aporte de R$ 2,38 bilhões em recursos do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência e Tecnologia.
De acordo com Lula, "investimento em educação é o melhor e mais barato investimento que o Estado pode fazer". "Este país não quer ser a vida toda exportador de minério de ferro, soja e milho. Este país quer ser exportador de conhecimento, de alta tecnologia, inteligência e, para isso, temos que investir em educação, pesquisa."
Saiba Mais
- Política Campos Neto será convidado ao Senado depois do Carnaval, diz Vanderlan Cardoso
- Política Lula diz que autonomia do BC será reavaliada após fim do mandato de Campos Neto
- Política Em Londres, Helder Barbalho defende candidatura de Belém como sede da COP 30
- Política "É possível construir governabilidade sem o orçamento secreto", diz Lula
Sistema financeiro
Mais uma vez, Lula deu uma estocada no mercado — ele vem travando embate com o Banco Central por causa da alta taxa de juros."Muitas vezes, a única coisa que não incomoda ninguém do lado do sistema financeiro, do lado dos ricos, é o pagamento da taxa de juros. Isso é a única coisa que eles acham que é investimento. Pagar juros é investimento", disparou. "Dar comida para o povo é gasto, dar educação é gasto. Investimento para pequeno e médio empresário é gasto. Investimento em cooperativa é gasto. O que precisamos dizer é que, neste governo, tudo o que a gente for fazer para atender as necessidades do povo brasileiro vai chamar de investimento."
Já o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou o aumento no número de bolsas. "Só na Capes e na Secretaria de Educação Superior, temos ampliação de 218 mil para 275 mil bolsas. Isso representa 26% de ampliação das bolsas no MEC. Em termos de valor, estamos ampliando o orçamento das bolsas em R$ 2,4 bilhões", destacou.
Saiba Mais
- Política PGR pede arquivamento de inquérito contra Bolsonaro por associar vacina e Aids
- Política Lula diz que Bolsonaro sabe que tem "responsabilidade pelos atos" de 8/1
- Política Lula diz não governar para o mercado e pede mais "responsabilidade"
- Política "Justiça divina os julgará", diz Lula sobre atores da Operação Lava Jato
Merenda
Santana afirmou que o governo está trabalhando para anunciar, em março, o programa de alimentação escolar, que não é reajustado há seis anos.
A ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, ressaltou a defasagem no valor das bolsas. "São 10 anos de luta para podermos chegar até aqui. O aumento contempla, ao todo, mais de 250 mil estudantes de ensino médio até a pós-graduação", frisou. "Além do reajuste, anunciamos a expansão da oferta de bolsas. Ao longo de 2023, mais de 10 mil novas bolsas serão implementadas, ampliando nosso investimento na formação."
Luciana Santos disse que nos últimos quatro anos a "política negacionista do governo anterior asfixiou" o setor e "promoveu apagão no financiamento público, colocando a ciência brasileira à beira do precipício".
Ela garantiu não há a possibilidade de bloqueios nos orçamentos das universidades e institutos federais de educação. "Não tem a menor possibilidade de haver bloqueio de recursos para questões tão necessárias e pendentes da vida do povo brasileiro", ressaltou. "Corte em universidade de custeio, de bolsas, isso aconteceu nesse período recente do governo anterior, que não tratava ciência e educação como prioridades."
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Notícias gratuitas no celular
O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:
Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.