O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (10/2) que o ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) "não tem chance de voltar à Presidência". A declaração ocorreu durante entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN internacional, durante viagem aos Estados Unidos para reunião com o líder americano, Joe Biden.
Lula ainda comparou a luta pela democracia e a polarização política nos EUA e no Brasil, afirmando que "a democracia vai prevalecer". "Nós vamos ter eleições depois das eleições nos Estados Unidos. Nós vamos ver como é que a coisa vai acontecer nos EUA porque aqui tem uma divisão muito marcada igual tem no Brasil. Os democratas e os republicanos estão muito divididos. Ou seja, 'ame-o ou deixe-o'. É mais ou menos isso que acontece", apontou.
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Indústria de fake news
Em indireta a Bolsonaro, o petista disse que o país teve "indústria de fake news", que "não conseguiu combater em igualdade de condições", e que "nem todo mundo que votou no Bolsonaro é bolsonarista".
"No Brasil, nós somos um país mais pacificado. O brasileiro, na sua índole, ele gosta de música, ele gosta de futebol, de carnaval. Não é um povo que tem a cultura de odiar. O que aconteceu é que tivemos uma indústria de fake news que nós não conseguimos combater em igualdade de condições. E estou convencido de que nem todo mundo que votou no Bolsonaro é bolsonarista. Uma eleição sempre será dividida quando tem dois candidatos."
Lula ainda citou os ataques golpistas nos EUA, a exemplo do Capitólio em 2021, e os atos extremistas na Praça dos Três Poderes, no 8 de janeiro, em Brasília.
"A única coisa estranha que ocorreu foi o que aconteceu aqui no Capitólio porque jamais a gente imaginava que, no país que simbolizava a democracia, alguém pudesse invadir o Capitólio ou alguém pudesse ser tão desumano como era o presidente Trump."
Em seguida, Lula destacou que Bolsonaro é uma cópia fiel do ex-presidente americano Donald Trump.
"Bolsonaro é uma cópia fiel, é uma cópia. É como se você colocasse numa máquina e tirasse uma fotocópia, é a mesma coisa. Não gosta de sindicato, não gosta de empresário, não gosta de trabalhadores, não gosta de mulheres, não gosta de negros, não gosta de conversar com empresários. Ou seja, é ele e as mentiras dele. É ele e as fanfarras dele. Não gosta de falar com a imprensa. Nós mudamos isso. Acho que o Brasil aos poucos vai se encontrando e, aos poucos, a democracia vai prevalecer. Esse é meu compromisso e espero que, daqui a quatro anos, você possa fazer outra entrevista comigo para ver como o Brasil já estará democrático", completou.
Ele acrescentou que Bolsonaro "não tem nenhuma chance de voltar à Presidência da República"
"Agora, vai depender da nossa capacidade de construir a narrativa correta do que ele representou para o Brasil. Porque essa extrema direita está no mundo inteiro. É uma extrema direita organizada, que se a gente não tomar cuidado, é uma atitude nazista, é uma atitude negacionista que nós nunca tínhamos visto".
Por fim, disse que o intuito do encontro com Biden é o de selar um acordo entre as duas nações pelo fortalecimento da democracia.
"Como gosto da democracia e é a melhor forma de exercer o poder, vou conversar com Biden porque temos que melhorar a nossa relação política, cultural e comercial. Os EUA é muito importante para nós e acho que o Brasil tem certa importância para os EUA. O que nós queremos é que duas nações grandes que são democráticas, possam ajudar a fortalecer a democracia em todo o continente latino-americano e no planeta terra", concluiu.
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