Lula diz que Bolsa Família exigirá atestado de vacinação de crianças

O presidente Lula também alfinetou a gestão Bolsonaro em maio à pandemia da covid-19. "Tivemos nos últimos tempos a maior campanha de negacionismo de uma vacina que eu já vi alguém fazer", lamentou

Ingrid Soares

postado em 06/02/2023 18:17

(crédito: Mauro Pimentel/AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Bolsa Família exigirá condicionantes para recebimento do benefício, como comprovante de vacinação das crianças. A declaração ocorreu nesta segunda-feira (6/2), no Rio de Janeiro, durante inauguração do Centro Carioca de Diagnóstico e Centro Carioca do Olho, onde o petista anunciou ainda o investimento de 600 milhões para redução de filas nas cirurgias eletivas do SUS.

“Nós tivemos nos últimos tempos a maior campanha que eu já vi alguém fazer do negacionismo de uma vacina. Nunca tinha imaginado que um presidente da República fosse capaz de mentir descaradamente sobre os benefícios da vacina, envolvendo religião, o povo mais pobre, dizendo que as pessoas que tomassem vacina viravam isso ou viravam aquilo. Não tinha mentira que não fosse contada para evitar que o povo tomasse vacina”, apontou, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Lula destacou ainda que o antigo governo efetivamente é responsável por mais da metade das pessoas que morreram pela covid-19 e fez um apelo à população para que se vacine efetivamente.

“Poderia ter sido evitado pelo menos umas 350 mil ou 400 mil mortes da covid-19. Mas não foi. Agora, a gente só tem que lamentar o que aconteceu nesse país, lamentar pelas vítimas e fazer um convite a vocês. Pelo amor de Deus, a gente não pode ser ignorante a ponto de achar que não vale a pena tomar vacina. Uma mãe que não leva o filho para tomar vacina contra paralisia infantil, contra o sarampo, rubéola.”

Zé Gotinha

Citando a campanha do Zé Gotinha, que ajudou o Ministério da Saúde a divulgar um amplo calendário de imunização pública, o presidente afirmou que vacina é um tema com o qual não se pode brincar, e que “é uma questão da Ciência”. “Eu fico me perguntando que tipo de amor que essa mãe tem pelo filho que ela não cuida dele no momento mais importante, que ele pode ser vacinado e pode evitar ter uma doença mais séria na vida. Agora, vai começar a campanha do Zé Gotinha. A gente não pode vacilar, a gente não pode brincar, é uma questão da ciência”, reforçou.

“Eu, se eu tiver 10 vacinas da covid, 50 para tomar, eu tomo tantas quantas forem necessáro porque eu gosto da minha vida. E eu acho que cada um tem que gostar da vida dos seus filhos. Levar as crianças na idade certa”, emendou.

“É por isso que o Bolsa Família está voltando, mas volta com condicionantes. As crianças até seis anos de idade vão receber R$ 150 a mais. Segundo, elas têm que estar na escola, se não estiver na escola, a mãe perde o auxílio. Terceiro, as crianças têm que ser vacinadas, se não perde o benefício. Quarto, a mãe que estiver em estado de gestação tem que fazer todos os exames que a medicina exige para que ela possa ter uma criança robusta, forte e bonita”, listou.

Petrobras e BNDES

O presidente Lula citou ainda que a Petrobras voltará a funcionar na cidade, assim como o BNDES voltará a fazer investimentos locais. “Não é apenas eu voltei, não. A Petrobras vai voltar a funcionar aqui no Rio, o BNDES vai voltar a fazer investimento no setor produtivo deste país, a gente vai voltar a construir navios nos estaleiros e vamos recuperar indústrias de óleo e gás nesse país.”

Por fim, ao lado do governador Cláudio Castro, dirigindo-se ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, prometeu investimentos ao estado. “Por causa do amor que tenho pela cidade maravilhosa é que digo para você, não me faça discurso, apresente projeto que o dinheiro aparece. Se não tiver projeto, não tem dinheiro”, completou.

Sobre a inauguração do Centro Carioca de Diagnóstico e Centro Carioca do Olho, Lula disse que, ao convidar a ministra Nísia Trindade para tomar conta da pasta da Saúde, “a primeira coisa que eu disse para ela é que nós precisávamos dar um jeito de enfrentar a questão das especialidades. “O povo mais humilde até tem acesso a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), primeira consulta, mas quando o médico pede para ele visitar outro especialista, ele não tem. Aí ele espera oito, nove meses, um ano, morre sem ter o atendimento do especialistas”, concluiu.

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