O senador Marcos do Val (Podemos-ES) rebateu nesta sexta-feira (3/2) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e disse que não foi orientado a formalizar a denúncia sobre a reunião da qual participou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado federal Daniel Silveira. Segundo do Val, na reunião foi discutido uma estratégia para dar um golpe de Estado. O parlamentar afirmou ainda que vai entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para afastar Moraes da relatoria do inquérito contra os atos antidemocráticos.
“Informo que não são verídicas as recentes declarações do ministro Alexandre de Moraes quando diz que me orientou para que as informações sobre a reunião com Daniel Silveira e com o ex-presidente Jair Bolsonaro fossem formalizadas”, diz do Val em nota de esclarecimento, lida em entrevista à CNN no início da tarde. “Tenho como provar que, ao comunicar ao ministro Alexandre de Moraes sobre o que estava acontecendo, por escrito e testemunhalmente via mensagem por Whatsapp, em nenhum momento recebi orientações do ministro para fazer a referida formalização”, acrescentou.
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Durante a entrevista, o senador disse que, em seu depoimento ontem à Polícia Federal (PF), deu acesso às mensagens que trocou com Moraes e Silveira sobre a reunião. Mais cedo, hoje, em live nas suas redes sociais, do Val declarou que não deu acesso à conversa que teve com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem chamou de “parceiraços”.
Ainda segundo do Val, após seu depoimento, Moraes estará citado nos autos da investigação dos atos golpistas e, portanto, não poderia ser o relator do mesmo. “Farei uma solicitação para a PGR afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria referente aos atos antidemocráticos”, reforçou o senador. “Como agora ele vai entrar nos autos, ele não pode mais ser o relator.”
Na parte da manhã, durante um evento em Portugal, Moraes declarou que o senador do Val se recusou a formalizar o depoimento sobre a reunião, durante conversa presencial no salão branco do STF. “Ele me disse que Daniel Silveira o havia procurado para dizer que, numa reunião com Bolsonaro, a ideia ‘genial’ que tiveram era colocar uma escuta no senador para que ele pudesse me gravar e, assim, tentar solicitar minha retirada dos inquéritos. Perguntei se poderia confirmar tudo por escrito e eu tomaria o depoimento ali mesmo. Ele disse que era uma questão de inteligência e não estava disposto a dar depoimento”, afirmou o ministro, que chamou a tentativa de “operação Tabajara”, ironizando a tentativa de golpe.
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