Apesar das sinalizações de que cumpriria apenas um mandato feitas ao longo da campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem que pode concorrer à reeleição em 2026. Lula disse que sua decisão vai depender do contexto político do País daqui a quatro anos e de suas condições de saúde.
O petista ressaltou, porém, que esse não é o cenário que imagina neste momento. "Se eu puder afirmar agora, digo, não serei candidato em 2026, declarou Lula. "Agora, se chegar em um momento que tiver situação delicada e eu estiver com saúde? Eu só posso ser candidato com saúde perfeita, com 81 de idade, energia de 40 e tesão de 30."
As declarações do petista foram dadas em entrevista à RedeTV! Lula reiterou durante a disputa eleitoral do ano passado que não pretendia concorrer a um novo mandato caso fosse eleito pela terceira vez. Na véspera da votação em segundo turno, o petista afirmou, por exemplo, que, caso derrotasse Jair Bolsonaro (PL) seria "um presidente de um mandato só".
Na ocasião, a manifestação no Twitter foi interpretada como mais uma tentativa de Lula de atrair apoio de setores do centro político na reta final da campanha. "Todo mundo sabe que não é possível um cidadão com 81 anos querer a reeleição. Todo mundo sabe. A natureza é implacável", conclui o então candidato do PT na mensagem postada na rede social.
Lula também já havia sido enfático na recusa a mais uma candidatura em setembro, quando recebeu apoio de tucanos históricos.
'Ativamente'
Um mês após a posse do petista, ele e o ex-presidente mantêm ativa a troca de hostilidades e provocações que marcou a polarizada campanha de 2022.
Na entrevista de ontem, o petista também disse "ter certeza" que Bolsonaro participou "ativamente" dos atos golpistas de 8 de janeiro. "Eu tenho certeza que Bolsonaro participou ativamente disso e ainda está tentando participar", afirmou. "Este cidadão preparou o golpe. Hoje eu tenho consciência e vou dizer aqui em alto e bom som."
Para Lula, Bolsonaro "é quase como um psicopata". "Ele não pensa, não raciocina. Ele vomita as coisas", disse o presidente, para quem o rival político deve ser julgado por genocídio. "Ele deve ser julgado em algum momento por genocídio, não apenas no caso dos yanomami, mas no caso da covid-19."
No início da semana, ao participar de um evento em Orlando, nos Estados Unidos, Bolsonaro afirmou que o governo Lula "não vai durar muito". O encontro do grupo de direita Yes Brazil USA, foi o primeiro ato do ex-presidente desde que deixou o Palácio do Planalto.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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