Para o sucesso na votação do deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR) ao cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), nesta quinta-feira (2/2), o padrinho e presidente reeleito da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), trabalhou em um arranjo que acomodasse os partidos de acordo com seus interesses dentro da nova Legislatura.
De acordo com parlamentares ouvidos pelo Correio, Lira se esforçou mais para essa disputa do que para a do próprio cargo, a justificativa seria o acúmulo de poder. O quebra-cabeça envolve um bloco de 12 partidos. Estão nesta lista: Cidadania, MDB, PCdoB, PDT, Podemos, PP, PSB, PSD, PSDB, PT, PV, Republicanos e União Brasil.
Para atrair o PT, que consolidou o seu apoio na última terça-feira (31) ao candidato, Lira teve que costurar com o vice-líder na Câmara e ex-líder do Partido Verde (PV), deputado Bacelar (BA), para retirar a candidatura de Aliel Machado (PV-PR) na concorrência à vaga para a segunda secretaria da Mesa Diretora.
Por duas vezes Lira se assegurou da retirada de candidatura do PV, inclusive com a promessa de cargos no governo federal. A preocupação foi em deixar o caminho livre para Maria do Rosário (PT-RS), para que assumisse o cargo e o PT permanecesse com o apoio.
Jhonatan está no quarto mandato de deputado federal pelo Republicanos. Recebeu duas indicações à vaga, uma do próprio líder de sua bancada, o deputado Hugo Mota (PB), e uma indicação do líder do PDT, André Figueiredo (CE), que assumiu nesta quinta-feira como presidente nacional do partido.
Com a promessa de que vai melhorar o trânsito entre o Parlamento e o TCU, que costuma ter em seu quadro nomes mais técnicos - o deputado escolhido tem formação em medicina. Na Câmara, os parlamentares com quem o Correio conversou afirmaram ser uma boa indicação para a vaga.
Entre as classificações estavam que o deputado é "centrado" e "firme", além de conhecer a "dinâmica do Parlamento". Ele já atuou como titular na comissão de Fiscalização Financeira e Controle e como suplente na de Finanças e Tributação.
O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, saiu com candidatura própria, mas nos bastidores, parlamentares acreditam que os cinco votos em branco contabilizados na votação vieram de deputados bolsonaristas que protestaram.
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