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Weber diz que ataques golpistas tiveram efeito contrário: "Fortalecimento"

Na abertura do ano do Judiciário, ministra ressalta que o ódio dos bolsonaristas contra a Corte foi derrotado pela força da democracia

Ingrid Soares
Luana Patriolino
postado em 02/02/2023 03:55
 (crédito: Fellipe Sampaio/SCO/STF)
(crédito: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

Com duros recados aos terroristas que depredaram as sedes dos Três Poderes, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou os trabalhos do Judiciário para este ano exaltando a vitória da democracia. A presidente da Corte, ministra Rosa Weber, afirmou que apesar dos ataques dos bolsonaristas e da destruição que promoveram no prédio da Corte em 8 de janeiro, a Constituição "permanece inabalável".

No início da cerimônia, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de ministros aposentados da Corte e de advogados que militam no STF, Rosa Weber pediu para exibir um vídeo que mostrou os estragos e a reconstrução do edifício do tribunal. Ela reiterou a posição de que não aceitará atos que atentem contra a democracia brasileira e ressaltou que os extremistas "não destruíram o espírito da democracia".

"Não foram e jamais serão capazes de subvertê-lo, porque o sentimento de respeito pela ordem democrática continua e continuará a iluminar as mentes e os corações dos juízes desta Corte Suprema. Que os inimigos da liberdade saibam que no solo sagrado deste Tribunal o regime democrático, permanentemente cultuado, permanece inabalável", garantiu.

Efeito contrário

A ministra frisou que se os golpistas acreditavam que colocariam o Supremo de joelhos, obtiveram o efeito contrário: "Frustrado, restou o real objetivo dos que assaltaram as instituições democráticas: o ultraje só poderia resultar, como resultou, no enaltecimento da dignidade da Justiça, e no fortalecimento do valor insubstituível do princípio democrático, jamais no aviltamento do Poder Judiciário", afirmou.

Rosa Weber salientou que o prédio do Supremo foi o mais atacado pelos golpistas. Não apenas destruíram vidros, portas, janelas, computadores, impressoras, arrancaram cadeiras, como destruíram obras de arte, molharam o carpete e chegaram a roubar togas dos ministros e outros objetos do STF. "Possuídos de ódio irracional, quase patológico, os vândalos, com total desapreço pela res publica e imbuídos da ousadia da ignorância, destroçaram bens públicos sujeitos à proteção especial, como os tombados pelo patrimônio histórico, mobiliário, tapetes e obras de arte", condenou.

A presidente do STF mandou, ainda, um recado aos vândalos. "Mesmo que desejassem destruir mil vezes o Supremo Tribunal Federal, subsistiria incólume o sentimento de reverência desta Casa pelo Estado Democrático de Direito, e mil e uma vezes reconstruiríamos seu prédio, como fizemos agora, sem interromper um só instante o exercício da jurisdição, graças à tenacidade dos que respeitam as instituições e amam a democracia", salientou.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, exaltou o trabalho dos ministros na defesa da democracia. "Em momentos-chave, grandes nomes da advocacia e diligentes magistrados deste Tribunal desempenharam relevante papel de resistência. Devemos as garantias de direitos individuais e coletivos, em boa parte, a essas pessoas, a essas instituições civis e ao STF", ressaltou.

Ainda na cerimônia, o presidente reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ressaltou a "resiliência" da democracia e do Judiciário brasileiros. "O autoritarismo de uma minoria inconformada tentou ameaçar a democracia. Mas o poder Judiciário mostrou a força de sua resiliência. Não irá vergar com intimidações. A República brasileira demonstrou sua resiliência", assegurou.

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