ABERTURA DO ANO JUDICIÁRIO

Lula diz que atos golpistas são fruto da descrença na política

"Nunca mais alguém deve ousar duvidar da política desse país ou desacreditar. O que aconteceu nesse país foi resultado da descrença na política pelo povo brasileiro, seja no Congresso, seja no Executivo, seja em todos os lugares", disse Lula

Ingrid Soares
postado em 01/02/2023 13:09 / atualizado em 01/02/2023 13:10
 (crédito:  Ed Alves/CB)
(crédito: Ed Alves/CB)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quarta-feira (1°/2),
que os atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro são resultado da descrença na política brasileira. A declaração ocorreu durante a abertura do Ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF).

"Nunca mais alguém deve ousar duvidar da política desse país ou desacreditar da política. O que aconteceu nesse país foi resultado da descrença na política pelo povo brasileiro, seja no Congresso, seja no Executivo, seja em todos os lugares”, apontou. O presidente ainda pregou que "pode-se não gostar do Congresso", mas que é necessário "respeitar e só mudar quatro anos depois quando tiver uma próxima eleição".

"O que temos que ter consciência é que pode-se não gostar do Congresso, mas ele é o resultado da quantidade de informações do humor no dia da votação. Portanto, temos que respeitar e só mudar quatro anos depois quando tiver uma próxima eleição. É assim que a gente vai sustentar definitivamente a democracia mais longínqua que conseguimos conquistar na República Federativa do Brasil”, completou.

Lula também destacou a atuação de ministros da Corte citando importantes conquistas democráticas votadas na Casa, como a Lei de Cotas no acesso a universidades e a união estável entre pessoas homoafetivas. O petista destacou ainda os ataques a magistrados pelas decisões tomadas, mas que levam em conta debates na sociedade e passam por julgamento coletivo.

“Uma democracia para poucos jamais será uma verdadeira democracia. O STF, guardião da Constituição e dos Direitos Fundamentais, é também guardião da dignidade de cada brasieliro e um ator fundamental na luta contra desigualdades onde elas se manifestem. Foi nesse sentido que a Corte decidiu pela constitucionalidade da Lei de Cotas no acesso a universidades, na titulação de terras quilombolas, da união estável entre pessoas homoafetivas, pesquisas com células tronco e da homologação da Raposa Serra do Sol”.

“Nenhuma daquelas decisões foi tomada sem debates profundos e muitas vezes acalorados na sociedade e no próprio colegiado, cobrando muitas vezes de ministros o preço da incompreensão do preconceito e da contrariedade de interesses econômicos e políticos. No entanto, essa é a essência de sua missão que seguiremos respeitando em nome da democracia e do restabelecimento da harmonia entre as instituições”.
O petista destacou ainda que “o povo brasileiro não quer conflitos entre as instituições”. “Não quer agressões, intimidações nem o silêncio dos poderes constituídos”.

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