Eduardo Girão (Podemos-CE) se utilizou de um precedente no Senado para apresentar ofício, de maneira independente, que oficializa candidatura dele à presidência da Casa anunciada em dezembro do ano passado. O caso em questão ocorreu em 2021, quando quatro parlamentares, entre eles Simone Tebet (MDB-MS) — hoje ministra do Planejamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, concorreram com candidaturas avulsas, ou seja, sem indicação partidária.
Na época, o MDB apoiou o nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que se elegeu pela primeira vez. A sigla continua no mesmo barco este ano, para a recondução de Pacheco, em uma disputa que se tornou acirrada em razão do nome de Rogério Marinho (PL-RN), candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à presidência do Senado, que busca se viabilizar com discursos de intolerância a atos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo.
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O documento já protocolado não pode ser indeferido por Pacheco, uma vez que há casos semelhantes abrindo brecha e nenhuma proibição regimental. O ofício, contudo, só terá validade na legislatura que se inicia nesta quarta-feira (1º/2), sendo levado à sessão da eleição que vai escolher quem presidirá o Senado no biênio 2023-2024, caso a candidatura não seja retirada.
Há ainda, mesmo que remota, a possibilidade de a candidatura de Girão chegar à votação com indicação de outro partido. A estratégia ocorreu com Luiz Henrique da Silveira (MDB-SC), em 2017, quando, para beneficiar Renan Calheiros (MDB-AL), seu partido o abandonou.
Para Pacheco, a candidatura de Eduardo Girão, sem chances de vitória, é benéfica: a atual composição do Podemos tem formação que favorece Marinho, Lasier Martins (RS), Marcos do Val (ES), Styvenson Valentim (RN) e Oriovisto Guimarães (PR).
Entre os quatro, apenas o voto de Oriovisto é dúvida entre Pacheco e Marinho, caso a candidatura de Girão não vingue. Também não é possível afirmar que, uma vez o nome do cearense indo à disputa, seus correligionários lhe serão fiéis. Marcos do Val já declarou voto a Marinho.
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