O Senado voltou a expor, nesta segunda-feira (30/1), a primeira obra restaurada após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília. A peça é a primeira de 14 obras que foram danificadas durante a invasão de militantes bolsonaristas nas dependências do Congresso Nacional.
O quadro "Trigal na Serra" foi pintado em 1967, por Guido Mondin. A peça em acrílico, que mede 92 por 112 centímetros, retornou à sala de recepção da presidência do Senado. Após os ataques, a tela foi encontrada no chão, separada da moldura.
De acordo com informações da Agência Senado, o quadro foi arranhado pelos fragmentos de vidros quebrados e estava encharcada e empenada pela umidade, depois que os invasores acionaram mangueiras e hidrantes de combate a incêndio.
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A restauração da obra foi feita pelo conservador Nonato Nascimento, do Laboratório de Restauração do Senado. O trabalho começou logo após os ataques. Em resposta à Agência Senado, Nonato explicou o processo de recuperação da obra.
"Como ele ficou muito encharcado, no dia seguinte já tinha muito fungo. Borrifei uma mistura de álcool e água no fundo da tela, onde estava a maior parte dos fungos. Removi os esporos com um aspirador e uma escova macia. Coloquei a tela entre papéis mata-borrão para retirar a umidade e, depois, em uma prensa para planificar. Fiz a reintegração cromática nos locais onde houve danos e perda de policromia", explicou.
Guido Fernando Mondin nasceu em 1912, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Além de pintor, ele também foi economista, empresário, professor e político. Na vida pública, exerceu cargos de senador por dois mandatos, em 1959 e 1975. Guido também foi deputado estadual e federal, vice-prefeito de Caxias do Sul (RS) e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
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