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Congresso

Senador Izalci defende candidatura de Marinho à presidência do Senado

Em entrevista ao Correio, o parlamentar descartou que Marinho seja radical, e defendeu que ele fará uma gestão independente da Casa

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) afirma que votará no senador Rogério Marinho (PL-RN) para a Presidência do Senado Federal, na eleição que ocorre na próxima quarta (1º/2). Em entrevista ao Correio, nesta segunda-feira (30/1), Izalci diz ainda que, dos três senadores do PSDB, apenas Plínio Valério (PSDB-AM) não votará no candidato, mas em Eduardo Girão (Podemos-CE).

Ainda segundo Izalci, Marinho tem "muita competência e articulação" e "aquilo que é bom para o Brasil, ele será favorável". O tucano acredita que Marinho tem chances de vencer, mesmo com o favoritismo de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à reeleição, e seu número de votos vêm crescendo nos últimos dias.

O senador descarta ainda a visão de que Marinho, por apoiar e ter atuado no governo de Jair Bolsonaro (PL), seja extremista. "Fui com ele deputado por dois mandatos e sei que ele não é radical", disse o parlamentar. Confira a entrevista abaixo:

Correio Braziliense: O senhor declarou seu voto hoje no senador Rogério Marinho. O que o influenciou nessa escolha?

Izalci Lucas: Eu já tinha tomado a decisão há algum tempo. O Marinho foi colega meu do PSDB há muito tempo, tivemos dois mandatos juntos, fomos da Comissão de Educação. É uma pessoa de muita competência e articulação. Fizemos juntos as reformas, trabalhamos juntos o impeachment [da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)]. Então, a gente tem uma relação e uma identificação programática e de amizade. Eu acredito que ele tem todo um potencial para mudar realmente o que a gente precisa [no Senado] em termos de protagonismo.

As minhas bandeiras são as bandeiras que ele defende também, de família, de educação, ciência e tecnologia. Trabalhamos muito na bandeira contra o programa todo do PT. Eu sou oposição ao governo, assim como o PSDB.

CB: Houve orientação da bancada do PSDB nesse sentido?

IL: Evidentemente, a eleição da Mesa é muito individual. O Alessandro [Vieira (PSDB-CE)] também vai votar no Marinho. O Plínio [Valério (PSDB-AM)] já tinha manifestado voto no [Eduardo] Girão (Podemos-CE), e estamos trabalhando com o Girão também para fazer uma aliança única.

Estamos conversando. Tem que conversar todo dia, ver quem está melhor, quem tem mais chance. Vamos trabalhar isso para o primeiro turno, não tem essa de segundo turno.

CB: Ontem (29/1), o senhor realizou um almoço com senadores em apoio a Marinho. Como têm sido as conversas?

IL: As conversas estão sendo boas. Não foi só ontem, a gente tem conversado já há algum tempo. Precisamos de uma mudança. As conversas estão sendo boas, as chances estão crescendo. Sempre é difícil disputar com quem está indo à reeleição. Eu acho que ele [Marinho] tem muita chance.

CB: Caso Marinho vença, o que o senhor espera da gestão dele?

IL: Eu acho que ele tem que fazer o papel de independência, como qualquer um deveria fazer. Como oposição, ele vai fazer de uma forma mais independente ainda. Ele tem as características do PSDB. Aquilo que é bom para o Brasil, ele vai ser favorável. Ele já demonstrou isso. Mesmo sendo oposição, ele já conseguiu aprovar coisas que os próprios governantes não fizeram. Ele não tem essa questão de "quanto pior, melhor". Vai conduzir de uma forma republicana.

CB: Opositores de Marinho o criticam por sua ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ligam a um posicionamento antidemocrático. Como o senhor vê isso?

IL: Quem o conhece sabe que não é. Eu conheço, fui com ele deputado por dois mandatos e sei que ele não é radical. E ele defende realmente o que é bom para o país, e sempre defendeu. Ele tem como provar isso e não é só com palavras, é com ações.

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