Jornal Correio Braziliense

Ataques à democracia

Moraes nega pedido de suspensão de posse de deputados apontados por participar de atos golpistas

Ação que pedia suspensão dos deputados bolsonaristas por suposta atuação nos atos golpistas foi enviada a Alexandre de Moraes por um coletivo de advogados

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido de suspensão da posse de 11 deputados federais suspeitos de envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A decisão foi expedida neste domingo (29). 

Na última sexta-feira (27), o Grupo Prerrogativas - coletivo de advogados - entrou com a ação por entender que os parlamentares teriam incitado ataques às sedes dos Três Poderes pelas redes sociais. Moraes pediu para a Procuradoria Geral da República (PGR) se posicionar sobre o caso, e no sábado, o subprocurador Carlos Frederico Santos apresentou parecer contrário à suspensão dos deputados. 

"Diante do exposto, INDEFIRO o requerimento de suspensão dos efeitos jurídicos da diplomação em face dos Deputados Federais eleitos e diplomados", disse o ministro. Ele ainda indeferiu a instauração de um novo inquérito policial para investigar o caso por entender que não havia "justa causa". Moraes também encaminhou ofício à presidência da Câmara para tomar cabíveis no Conselho de Ética da Casa. 

"Da mesma maneira, no presente momento, INDEFIRO a instauração de novo inquérito policial, por ausência de justa causa. DETERMINO, ainda, seja oficiado, com cópia desta decisão e das petições de eDoc. 124-127, o excelentíssimo Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Federal ARTHUR LIRA, para adoção das providências que entender cabíveis no âmbito do Conselho de Ética. Ciência à Procuradoria-Geral da República, inclusive para, em entendendo ser o caso, acionar a Procuradoria-Geral Eleitoral, nos termos solicitados pelos requerentes", completou. 

Os alvos do processo são os deputados federais eleitos Nikolas Ferreira (PL-MG), Carlos Jordy (PL-RJ), Sargento Rodrigues (PL-MG), Rodolfo Nogueira (PL-MS), Silvia Waiãpi (PL-AP), João Henrique Catan (PL-MS)Walber Virgolino (PL-PB), André Fernandes (PL-CE), Marcos Pollon (PL-MS), Luiz Ovando (PP-MS) e Rafael Tavares (PRTB-MS).