O imbróglio entorno do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que persiste há quatro anos, será o principal assunto da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chancelar da Alemanha, Olaf Scholz. O primeiro-ministro alemão visitará o Brasil na próxima segunda-feira (30/1) para um encontro com alto escalão do governo brasileiro no Palácio do Planalto, onde devem ser discutidas as relações sociais e econômicas entre os dois países.
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O processo de ratificação do tratado de livre comércio entre os dois blocos econômicos foi paralisado em 2019, diante das elevadas taxas de desmatamento e devastação do meio ambiente apresentadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os arroubos autoritários do antigo ocupante do Planalto, assim como seus ataques às potências europeias, em especial à França de Emanuel Macron, também foram fatores determinantes para a paralisação das negociações.
Com a volta de Lula ao Executivo federal, os líderes da União Europeia demonstraram interesse em retomar as discussões sobre o acordo, que ainda precisa ser assinado e homologado para começar a valer. O tratado está no centro da agenda internacional do petista. Em suas primeiras viagens oficiais ao exterior, com passagens pela Argentina e pelo Uruguai, Lula enfatizou aos aliados do Mercosul que a prioridade governo brasileiro é finalizar o acordo com os europeus.
Na passagem pelo Uruguai, Lula disse ser "urgente e necessário" que o Mercosul feche definitivamente o acordo com a União Europeia. O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, tem discutido com autoridades chinesas um tratado bilateral amplo, fora do Mercosul, que é visto com preocupação pelos demais integrantes do bloco sul-americano por ameaçar as economias vizinhas. Lula, em resposta, tem defendido finalizar o quanto antes a parceria com os europeus para fortalecer a aliança comercial entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Além do acordo Mercosul-União Europeia, Lula deve discutir com Scholz a retomada dos investimentos alemães no País, com as que eram feitas por meio do Fundo Amazônia. Durante o governo Bolsonaro, os alemães pararam de repassar recursos ao fundo de preservação do bioma e enfrentamento ao desmatamento. A troca de comando no governo brasileiro fez com que o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, anunciasse, já no segundo dia do mandato de Lula, o fornecimento de 35 milhões de euros para a proteção da região amazônica.
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