O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foi destituído da posição de membro titular do Conselho Fiscal da Caixa Loterias. A decisão foi tomada no último dia 10, após uma reunião geral com os membros do grupo. A divulgação da saída de Torres, porém, foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (26/1). A Caixa Loterias, segundo a empresa, tem como objetivo organizar os serviços das loterias federais nos termos da legislação brasileira.
A decisão pela saída do também ex-ministro da Defesa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocorreu no dia em que Anderson Torres teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pesa contra o ex-secretário do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB) a suspeita de que ele facilitou ou foi omisso para prevenir e combater os atos extremistas ocorridos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8. No dia em que a capital federal registrou manifestações golpistas, Anderson Torres estava de férias, nos Estados Unidos, com a família.
Cadeia
Após a publicação da prisão, Torres foi levado para o 4º Batalhão da Polícia Militar do DF. O caso vem sendo investigado pela Polícia Federal (PF). No momento, as apurações estão em fase de coletas das oitivas. Torres optou por permanecer calado durante um depoimento que concedeu a agentes da corporação, no último dia 18.
Após este dia, o ex-secretário de Segurança do DF não deu depoimentos. O ministro Alexandre de Moraes estabeleceu, contudo, que ele terá de depor no dia 2 de fevereiro, no 4º Batalhão da Polícia Militar do DF.
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Audiência de custódia
Embora não tenha falado durante o primeiro depoimento, Torres quebrou o silêncio na audiência de custódia, ocorrida na segunda-feira (23). Para ele, ter sido levado à prisão foi como ter recebido um "tiro de canhão no meu peito". "No segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país, e eu fui responsabilizado por isso", disse o ex-ministro ao juízo de custódia.
"Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso. Do jeito que saí, o que deixei assinado, eu deixei tranquilo, porque nem se caísse uma bomba em Brasília teria ocorrido o que ocorreu", explicou.
Procurada, a defesa do ex-secretário de Segurança do DF não respondeu ao Correio.
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