O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, declarou nesta terça-feira (24/1) que o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) "financia a empresa brasileira exportadora, não financia outro país". A fala ocorre em meio a críticas a falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Argentina, sobre o Banco voltar a financiar projetos em outros países.
"Quando se fala em 'financiar obras em outros países' sobra desinformação sobre o tema: O que é feito pelo BNDES é o financiamento para exportação de serviços de empresas brasileiras, com agregação de valor e geração de empregos qualificados no Brasil", escreveu o ministro em sua conta no Twitter. Ele acompanha Lula na viagem presidencial à Argentina.
"O BNDES financia a empresa brasileira exportadora, não financia outro país! Não existe risco de calote, uma vez que a garantia do pagamento são os recebíveis dos importadores, se eles não pagarem, o seguro cobre este prejuízo", acrescentou Pimenta.
Cuba e Venezuela
O governo federal é alvo de críticas após o anúncio de que o Banco voltará a financiar projetos de infraestrutura em outros países, o que foi encerrado em 2017. Na Argentina, durante encontro com o presidente Alberto Fernández, o presidente Lula disse que "O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior e para ajudar os países vizinhos, que possam crescer e vender o resultado desse enriquecimento para países como o Brasil".
O anúncio foi mal recebido em alguns setores econômicos, levando a quedas na Bolsa, e também criticado pela oposição. O principal motivo é a atuação passada do BNDES, nos governos Lula e Dilma [Rousseff], ao financiar obras em Cuba e Venezuela. Até o momento, esses países não conseguiram pagar parte da dívida. De Cuba, o valor não pago é de US$ 214 milhões, de um total de US$ 656 milhões emprestados. Para a Venezuela, faltam US$ 122 milhões, de um total de US$ 1,5 bilhão.
"Obra de ficção"
Segundo o BNDES, o investimento no exterior entre 1998 e 2017 foi de US$ 10,5 bilhões, sendo que, até setembro de 2022, US$ 12,8 bilhões haviam retornado ao país, incluindo pagamentos do valor principal e dos juros. O montante emprestado foi direcionado a obras feitas por empresas brasileiras, sendo que 98% do valor foram para cinco empreiteiras: Odebrecht (76%), Andrade Gutierrez (14%), Queiroz Galvão (4%), Camargo Corrêa (2%) e OAS (2%).
"Logo, dizer que o Brasil financia obras no exterior não passa de uma obra de ficção, uma vez que o financiamento é feito para a empresa brasileira que vai exportar e gerar empregos aqui. Falar a verdade faz parte do processo de união e reconstrução do país", completou o ministro Paulo Pimenta.
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