Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Defesa, José Múcio, falou nesta sexta-feira (20/1) em “página virada” em relação à insatisfação do chefe do Executivo e à preocupação com politização na corporação após os atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo ele, a expectativa era de que houvesse a abertura de um ambiente de distensão e apontou que o encontro serviu para “renovar a confiança” nas Forças.
“Não tenho a menor dúvida e foi por isso que nós procuramos antecipar essa reunião. Quando nós levamos os comandantes para apresentar ao presidente da República, ele foi o presidente que talvez mais investiu nas Forças Armadas. Isso que nós estamos fazendo, (compra) de submarino, foi o governo Lula, (compra) do Gripen, foi no primeiro governo Lula. Ele tem consciência, e as Forças Armadas também, da atenção que ele deu às Forças Armadas, e ele quis renovar essa confiança”, relatou.
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O ministro destacou ainda ser preciso “pensar para frente” e “pacificar o país” e “governar”.
“Evidentemente que nós não poderíamos ficar com essa agenda última. A gente tem que pensar para frente, a gente tem que pacificar esse país, a gente tem que governar. A conversa de hoje seria só no final de janeiro, início de fevereiro, mas como os relatórios que ele pediu a cada comandante ficaram prontos, eu pedi ao presidente que, antes da viagem dele à Argentina, nós apresentássemos os resultados”, continuou.
E reforçou a necessidade de seguir em frente na gestão. “Nós não tivemos um problema, precisávamos ter uma conversa que não tratasse disso, eu queria virar a página, só isso”.
Novo ataque descartado
Perguntado se as Forças Armadas cumprirão seu papel no caso de um ataque, similar ao ocorrido, disse que o evento não terá repetição. “Não tenho a menor dúvida que outro daquele não vai acontecer, até porque as Forças Armadas irão se antecipar.”
Múcio relatou também que Lula passou aos comandantes uma mensagem de “entusiasmo, de fé no trabalho deles” e negou que os atos golpistas tenham sido tratados na reunião.“Todos se indignaram com aquilo. Não houve quem não se indignasse. O presidente Lula disse que acreditava no trabalho deles, tanto que nós hoje tratamos de uma agenda absolutamente diferente.”
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