Vieira já estava no local, tomando medidas junto à corporação. Segundo Oliveira, ele solicitou reforço das tropas especializadas da instituição para proteger as instalações do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, uma vez que o Congresso já havia sido invadido.
"Diante da ausência do titular da pasta, secretário Anderson, achou por bem acionar o gabinete de crise com a convocação de todos os comandantes das forças, deslocamento de todas tropas localizadas nas cidades satélites para a Esplanada, recrutamento dos policiais de folga e também determinou que fossem efetuadas prisões de pessoas que se encontrassem em situação flagrancial e a identificação dos invasores", ressalta um trecho da oitiva.
Contato com Ibaneis
Na véspera do quebra-quebra, ao meio-dia, Torres orientou Oliveira a entrar em contato com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). O próprio Ibaneis ligou às 13h e determinou que Oliveira recebesse os pontos focais do Ministério da Justiça.
De acordo com o governador, a divisão da segurança, estabelecida com o Ministério da Justiça e a Força Nacional (FN) tinha ficado da seguinte forma: segurança do Palácio da Justiça e da sede da Polícia Federal era de responsabilidade da Força Nacional, e as demais áreas do DF seriam cobertas pelas forças de segurança distritais, conforme o Plano de Ações Integradas original.
Além disso, Ibaneis informou que "durante o monitoramento de inteligência da madrugada do dia 07 para 08, as forças de segurança não reportaram nenhum movimento atípico até as 13h de domingo, inclusive com imagens de poucas pessoas na Esplanada dos Ministérios".
Monitoramento
Dois dias antes do ato terrorista na Esplanada, ocorreu uma reunião, coordenada pela subsecretaria de Operações Integradas, coronel Cíntia Queiroz de Castro, para definir as matrizes de responsabilidade de cada órgão de segurança pública do DF para possíveis manifestações.
Estiveram presentes Polícia Militar (PMDF), Polícia Civil (PCDF), Detran, Polícia Legislativa das duas Casas do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Ministério das Relações Exteriores (MRE). Ao final do encontro, um plano estratégico foi produzido por Cíntia Castro, baseado no relatório de inteligência da SSP/DF que previa manifestações exaltadas. No mesmo dia, o documento foi aprovado por Torres.
De acordo com Oliveira, antes dos ataques, todo o monitoramento era feito por redes sociais por meio de uma rede de inteligência que acontecia individualmente pela central de cada instituição e era difundida para os demais. (Colaborou Kelly Hekally, especial para o Correio)