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Política econômica

Lula volta a criticar o mercado e a autonomia do BC: 'Poderia não ter nem juro'

Presidente Lula voltou a criticar o mercado financeiro em encontro no Palácio do Planalto com 106 reitores e representantes de institutos de educação, nesta quinta-feira (19/1)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o mercado financeiro em encontro no Palácio do Planalto com 106 reitores e representantes de institutos de educação, nesta quinta-feira (19/1). O chefe do Executivo disse que o mercado enxerga saúde, educação e infraestrutura como gastos e afirmou que os agentes deveriam "aprender" uma nova "lógica" de investimento.

“Talvez alguns companheiros ligados à economia não gostem”, indagou o presidente ao reforçar as suas prioridades de governo. “Você não pode falar em educação, que as pessoas falam que é gasto. Você não pode falar em saúde, que é gasto. Você não pode falar em urbanização de favela, que é gasto. Você não pode falar em construir casa, que é gasto. A única coisa que não é tida como gasto por essa gente de mercado é o pagamento de juros da dívida. Eles acham que isso é investimento”, declarou Lula.

Autonomia do BC

Aplaudido pela plateia, ele também questionou a autonomia do Banco Central e sua política de juros e inflação. “Qual é a explicação para a gente ter um juro de 13,5% hoje? O BC é independente, a gente poderia não ter nem juro. Não é verdade? A inflação está 6,5%, 7,5%. Por que os juros estão 13,5%?”, questionou.

Lula prosseguiu: “Qual é a lógica? Qual é a lógica da desconfiança que o mercado tem de tudo que a gente fará de investimento? Eu não vejo essa gente falar uma vez de dívida social. Nós temos uma dívida social de 500 anos com esse povo”.

Ontem, em entrevista à GloboNews, Lula já havia criticado a autonomia do BC, classificando como “uma bobagem” o sistema da autoridade monetária. Ele questionou ainda a serventia de uma "independência" se a inflação e taxa de juros estavam elevadas. Em nenhuma das duas ocasiões Lula mencionou o nome de Roberto Campos Neto, presidente do BC, à frente do cargo até o fim de 2024. 

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