A responsabilidade da segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda é uma incerteza dentro do governo federal. Desempenhada historicamente pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), composto por militares, mas atualmente realizada pela Polícia Federal (PF), a guarda presidencial pode passar a acontecer em outro modelo.
Questionado pelo Correio Braziliense nesta terça-feira (17/1), na saída do Ministério da Defesa, sobre se a atribuição continuaria com a PF até junho deste ano, prazo determinado por Lula ao assinar ato no início de seu terceiro mandato, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), afirmou que o tema está em análise e que Lula pediu para que fosse feito um levantamento sobre modelos de segurança presidencial a fim de retomar a discussão mais à frente.
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O ministro não falou sobre data para a análise. “O presidente pediu que nós estudássemos modelos de segurança institucional que são feitos em outros países do mundo. Estamos analisando isso para ver o melhor formato, o mais moderno, o que seja mais perene para que a gente consolide e ele bata o martelo em qual modelo ele quer.”
Referindo-se a "modelo híbrido", Rui Costa descreveu as atividades da PF como “segurança mais direta e pessoal” de Lula e as do GSI como “a mais distante”. "Nós vamos apresentar um conceito, uma proposta para que ele tome a decisão do modelo que ele quer implementar."
Crise
Caso Lula consolide essa alteração, será um rompimento mais brusco do que o tomado por Dilma Rousseff (PT) em 2015, primeiro ano de seu segundo mandato como presidente da República, quando extinguiu o GSI com uma reforma ministerial. Michel Temer (MDB) retomou o gabinete, que ganhou mais visibilidade na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Em razão da identificação entre nomes do GSI e Bolsonaro, há uma crise instalada na gestão Lula com relação à segurança presidencial. A crise foi potencializada com a suspeita inércia do GSI no 8 de janeiro, quando criminosos invadiram Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto.
Lula chegou a dizer, na semana passada, que a entrada por parte dos extremistas foi facilitada por efetivo das Forças Armadas. Na manhã desta terça-feira, 40 militares foram exonerados de suas atribuições no GSI, voltando assim para seus postos de origem.
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