O interventor federal da segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, revelou que policiais militares presentes na contenção dos golpistas que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes dizem ter enfrentado “profissionais” no embate.
Com o relato dos policiais, o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública falou em “financiamento empresarial” e “organização criminosa” para treinar os extremistas.
“Muitos heróis evitaram o pior. PMs feridos em combate afirmam que ‘enfrentaram profissionais’. Financiamento empresarial? Golpistas treinados no campo de batalha? Uma verdadeira organização criminosa”, declarou Cappelli no Twitter.
O interventor ainda afirmou que há muito o que ser descoberto e apurado em relação aos atos golpistas e que o governo federal irá até o fim para obter as respostas. “A noite do dia 8 ainda não acabou. Vamos até o final”, garantiu.
Ex-comandante da PMDF criticou Exército e acusou instituição de impedir prisões
O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Augusto Vieira afirmou, em depoimento prestado à Polícia Federal, que não recebeu ordens para impedir o deslocamento dos bolsonaristas à Esplanada dos Ministérios, ação que possibilitou a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no último domingo (8/1). Ele ainda revelou que o Exército teria impedido a prisão de golpistas pela PMDF.
Durante a invasão, Fábio afirmou ter agido de maneira enérgica e ter, ele próprio, se envolvido na contenção dos golpistas. Ele disse ter sido “ferido em combate com vândalos” e entrado “em luta corporal com manifestantes”, além de determinar “a detenção de todos”.
O ex-comandante da PM revelou que, após a contenção dos golpistas, o Exército tentou impedir os agentes da polícia militar de realizar as prisões dos criminosos.
A intervenção do Exército não foi inédita, de acordo com Fábio: por três vezes soldados impediram a PMDF de desmobilizar o acampamento bolsonarista instalado em frente ao quartel general do Exército.
O policial disse que “chegou a mobilizar 500 homens com objetivo de acabar com o acampamento”.
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