Após a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e parlamentares da Câmara e do Senado, no Palácio do Planalto, no final da manhã desta quarta-feira (11/1), os senadores Marcelo Castro (MDB-PI) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmaram que as manifestações, marcadas para as 18h de hoje, serão aceitas pelo Congresso Nacional e pelo governo federal desde que pacíficas e sem cometimento de crimes — como a invasão de prédios públicos e faixas de cunho golpista, como pedido de retorno da ditadura militar.
Marcelo Castro é presidente da Comissão de Educação (CE), do Senado, e Randolfe Rodrigues, líder do Governo no Congresso. “Manifestações podem existir. Não se pode é invadir o Congresso, danificar as portas dos quarteis.” Questionado sobre a possível existência de faixas pedindo golpe, Marcelo Castro disse que “isso é crime” e que “não se pode ir para rua defender barbaridades, defender ditaduras”.
“Os bolsonaristas falam de liberdade. Quem vive em civilização, não tem liberdade plena. Liberdade plena é no reino animal. Em civilidade, você tem limites e vive dentro da lei.”
O emedebista afirmou também que Lula reforçou pedido de celeridade na investigação de três ocorrências de queda de energia em torres de transmissão — duas no Paraná e uma em Rondônia — no último domingo (8), dia dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes.
“Lula fez referência à energia e disse que os cabos foram cortados. Parece que está caracterizado que foi realmente um ato terrorista, e evidentemente que temos que ir atrás dos culpados.”
CPI
Randolfe Rodrigues falou que articulou com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa para a investigação de crimes ocorridos no domingo, e que há requerimento em andamento com pelo menos 30 assinaturas, de autoria da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS). São necessárias pelo menos 27 assinaturas para a criação de uma CPI no Senado.
Acerca da possibilidade de ser instalada uma comissão em atuação conjunta com a Câmara dos Deputados, que seria uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Randolfe apontou que não há óbice e que “confia no compromisso do presidente Arthur Lira [PP-AL] com a democracia.”
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