O governador do Pará e presidente do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal (CAL), Helder Barbalho (MDB), afirmou nesta quarta-feira (11/1) que Belém é a cidade escolhida para sediar a 30ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 30), em 2025. A declaração ocorreu durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O presidente acaba de anunciar que Belém é a cidade escolhida pelo Brasil. Já encaminhou, através do Itamaraty, a formalização de que o Brasil reforça a sua candidatura e que Belém é a cidade escolhida para sediar a COP 30 em 2025, representando certamente um momento histórico em que a Amazônia receberá o maior evento em discussão climática comum”, apontou.
Ele caracterizou como “positiva” a agenda com Lula e comentou sobre a reunião geral com governadores prevista para o fim do mês.
“Tive a oportunidade de apresentar ao presidente um olhar amplo sobre a Amazônia e contribuições que a nossa região deve fazer para a reunião do dia 27, quando a intenção do presidente é que possamos discutir temas gerais, regionais e alinhar ações estratégicas do governo federal para que estejam sincronizados com as interfaces com os governos estaduais.
Combate às ilegalidades ambientais
Barbalho reforçou ainda que, no encontro, foi discutida a construção de um grupo transversal para discutir o modelo de desenvolvimento da Amazônia, passando pelo enfrentamento de maneira ativa e forte no combate às ilegalidades ambientais. Ao mesmo tempo, construindo de maneira transversal um novo modelo de desenvolvimento econômico.
“O presidente demonstrou preocupação e necessidade do chamamento do mercado para efetivamente estabelecer que o mercado de crédito de carbono possa ser uma realidade para a preservação florestal e componha um novo modelo, transformando floresta em pé com a precificação da tonelada de carbono capturado. Para que nós possamos transformar a floresta em pé em uma nova commodity nacional e internacional. A partir daí, conciliar a preocupação e o compromisso do Brasil com a Floresta viva, mas ao mesmo tempo construindo o desenvolvimento social dos 29,6 milhões de brasileiros que moram na Amazônia”, acrescentou.
Terrorismo em Brasília
Sobre preocupação com novos atos de extremistas em Brasília, ressaltou a força da democracia em conversa com o chefe do Executivo. E citou ainda um evento que deverá ocorrer em fevereiro no Congresso, com a participação de parlamentares e sociedade.
“Neste primeiro momento, o presidente demonstra a intenção de continuar reafirmando as relações com os poderes, a força institucional, a força da democracia. Muito provavelmente deve ocorrer, até o início de fevereiro, um evento importante no Congresso Nacional com a presença dos novos parlamentares, mas também com a presença da sociedade com diversos atores que compõem a pluralidade da sociedade brasileira. O meu intuito é de que possamos todos estar unidos em favor da democracia.”
O governador defendeu também a contratação de novos servidores.
“Todos estamos em sintonia que é fundamental que se combatam as ilegalidade e, para tanto, é fundamental que os órgãos estejam fiscalizatórios, estejam estruturados, sejam o de esfera federal, Ibama, ICMBio. E a convocação, se necessário, das Forças Armadas, para atividades de campo como os estados em sua fiscalização. Sem fiscalização, monitoramento e controle, não vamos conter as ilegalidades ambientais. Mas apenas com fiscalização e controle, não vamos avançar. Precisamos, de forma compatibilizada, construir um modelo que permita um novo olhar sobre o uso da terra e a inclusão das pessoas que moram na região”.
Por fim, disse que “o Brasil não precisa derrubar uma árvore sequer para continuar sendo protagonista na segurança alimentar do Brasil e do planeta”. “Precisa apenas reverter a lógica de que precisa ter mais ocupação, mecanização, manejo e, a partir daí, fazer com o estoque florestal das propriedades rurais possam ser precificadas a partir de um modelo econômico de floresta em pé que permita que a floresta componha o portfólio econômico da propriedade rural”, concluiu.
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