O interventor federal da segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou que vai procurar restabelecer a equipe que comandou a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF). A equipe exonerada pelo ex-secretário Anderson Torres foi muito elogiada publicamente pelo ministro da Justiça Flávio Dino, no dia 2 de janeiro.
Quando retornou à chefia da SSP-DF, Torres exonerou o então secretário Milton Rodrigues Neves e o subsecretário de inteligência George Estefani de Souza do Couto. Enquanto Milton retornou para o cargo de delegado da Polícia Federal — cedido pela corporação —, George regressou ao cargo de delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Os dois atuavam no monitoramento de atos golpistas.
Júlio Danilo, ex-secretário de Segurança Pública até compareceu na cerimônia de posse de Ibaneis Rocha, em 1° de janeiro, mas não permaneceu no cargo e retornou para a Polícia Federal. Para que retorne à SSP-DF, precisa de cessão do Ministério da Justiça, o que não deve ser problema. Danilo não responde a nenhum processo que possa atrapalhar os trâmites.
Anderson vai voltar ao Brasil
O ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL) e secretário exonerado do Distrito Federal, Anderson Torres, se pronunciou pela primeira vez após a determinação do ministro Alexandre de Moraes — do Supremo Tribunal Federal — pela a prisão do ex-secretário. Torres afirmou que vai interromper as férias com a família nos Estados Unidos e se entregar à Justiça. A declaração foi feita por Torres pelo Twitter.
"Recebi notícia de que o Ministro Alexandre de Moraes do STF determinou minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à justiça e cuidar da minha defesa”, disse.
“Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá”, completou.
Anderson Torres era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos terroristas na Praça dos Três Poderes, no domingo (8/1). Ele está nos Estados Unidos viajando com a família desde sexta-feira (6/1). Durante os atos, o governador Ibaneis Rocha (MDB) demitiu Torres.
Foi o novo diretor-geral Andrei Rodrigues que solicitou à Moraes a prisão de Anderson Torres. Antes de assumir o Ministério da Justiça no mandato de Bolsonaro, Torres foi cogitado para exercer a função máxima na Polícia Federal, onde é delegado.
A residência do ex-secretário, no Jardim Botânico, foi alvo de busca e apreensão por agentes da Polícia Federal.
Ex-comandante da PMDF preso
Além dele, Alexandre de Moraes determinou a busca e apreensão e a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira. Durante os atos de domingo, ele chefiava a equipe da corporação.
O militar foi exonerado do cargo nesta segunda-feira (9/1) pelo interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli. Ele foi preso em casa, no Park Way, e não ofereceu resistência.
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